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Novo contrato de exploração de urânio no Níger chama a atenção de jornais alemães

Marcio Pessôa30 de maio de 2014

A “guerra total” contra o terrorismo, declarada pelo Presidente nigeriano Goodluck Jonathan, foi destaque durante a semana na imprensa alemã.

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Foto: Fotolia

A imprensa alemã deu sequência a série de reportagens sobre as ações do Boko Haram na Nigéria nas últimas semanas. Der Tagesspiegel destacou a declaração de “guerra total” contra o terrorismo por parte do Governo nigeriano. Em seu discurso alusivo ao Dia da Democracia na Nigéria, o Presidente Goodluck Jonathan prometeu que o país voltará a ser seguro.

Sobre a crise provocada pela seita extremista, o Süddeutsche Zeitung publicou o perfil de Obiageli Ezekwesili. Trata-se de uma mulher de 51 anos, que teve a sua filha squestrada pelo grupo radical, que há seis semanas mantém mais de duzentas estudantes reféns.

Oby, como é conhecida, costuma dizer que adotou todas as meninas que foram sequestradas. Ela lidera um grupo de ativistas na capital nigeriana, Abuja, que querem a libertação imediata do grupo de estudantes.

Nigeria Präsident Goodluck Ebele Jonathan
Presidente da Nigéria, Goodluck JonathanFoto: imago/Wolf P. Prange

“Se você observa Obiageli marchar em direção à sede do governo nigeriano, você imagina que a mulhter também pode comandar um batalhão”, escreve o correspondente Stefan Klein.

Em dúvida, são brutais

O mesmo jornal levantou durante a semana em outra matéria a possibilidade de o exército nigeriano realmente saber onde estão as reféns. A informação foi destaque na imprensa internacional nesta semana. O texto levanta que os militares estariam a preferir que não houvesse uma libertação violenta a fim de evitar que o Boko Haram mate as estudantes.

“Durante seis semanas as famílias sofrem na incerteza. Tal anúncio parece endossar a péssima imagem das forças de segurança nas última semanas – caracterizadas como mal pagas, corruptas e brutais em caso de dúvida”, escreve o Süddeutsche Zeitung.

O Berliner Zeitung publicou uma matéria intitulada “Um presente que vale a pena”, de Peter Paul. O texto destaca o trabalho da Fundação Alfred Neven Dumont nas favelas de Nairobi, no Quênia.

Niger Uranmine Areva Somair in Arlit Archivbild
Mina da Areva no NígerFoto: picture alliance/AP Photo

A organização mantém uma escola com internato na região de Kangemi. Conforme a reportagem, estima-se que 60 mil crianças vivam nas ruas da capital queniana.

Urânio mais caro

De seu correspondente em Nairobi, Markus Häfliger, o Neue Zürcher Zeitung publicou a matéria “Acordo sobre a mineração de urânio no Níger”. A reportagem aborda a negociação do grupo francês Areva com o governo do Níger para rever as regras da exploração de urânio no país.

“De acordo com o novo contrato, pela primeira vez será aplicada a Areva a lei de mineração local, a qual prevê em royalties e impostos algo em torno de 12 por cento. Antes, era de apenas 5 por cento. O acordo é resultado de uma negociação de 18 meses.

O Níger é um dos maiores produtores de urânio do mundo, com extração anual de 4,7 mil toneladas. O minério representa 70 por cento das exportações do país, mas supria apenas 5 por cento do orçamento. A Areva tem direito de exploração de duas minas a nordeste da capital Niamey.

Nairobi Skyline Kenia Stadtansicht
Nairobi tem milhares de crianças a viver nas ruasFoto: Fotolia/Natalia Pushchina

O aumento da arrecadação sobre a exploração vai significar aproximadamente 100 milhões de euros a mais para os cofres públicos.

A crise entre a Areva e o Governo do Níger também ocupou as páginas do Tageszeitung. A matéria de Dominic Johson salienta que o futuro da indústria nuclear francesa está assegurado com o novo acordo, que o Níger reconhece como “parceria estratégica”. “O acordo é um passo para se transpor uma das últimas relações neocoloniais existentes em África”, classifica o jornal.

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