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Novo dia de protestos e dezenas de detenções na Bielorrússia

Lusa | EFE | ms
11 de agosto de 2020

Dezenas de pessoas foram detidas e um manifestante morreu na noite passada em protestos contra a reeleição do Presidente da Bielorrússia, Alexandre Lukachenko. Candidata da oposição refugiou-se na Lituânia.

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Foto: Reuters/V. Fedosenko

Dezenas de pessoas foram detidas segunda-feira (10.08) na Bielorrússia em nova jornada de manifestações devido à reeleição polémica do Presidente Alexander Lukashenko, que a oposição acusa de ser uma fraude. 

As autoridades anunciaram oficialmente a vitória, com 80,23% dos votos, de Lukashenko, há 26 anos no poder e reeleito para um sexto mandato, após uma eleição presidencial marcada por fortes suspeitas de irregularidades.

As forças policiais, que isolaram a Praça da Independência, numa zona central de Minsk, procedeu à detenção quer de manifestantes que estavam a pé, quer daqueles que se deslocavam de bicicleta, segundo noticiam meios de comunicação locais.

Weißrussland Minsk | Alexander Lukaschenko im Gespräch mit der Presse nach Stimmabgabe
Alexander Lukashenko está há 26 anos no poder Foto: Getty Images/AFP/S. Gapon

Em alguns casos, as forças de intervenção utilizaram cassetetes para controlar os manifestantes, na sua maioria jovens, noticia a agência EFE.

A imprensa local disse ainda que no centro da capital ocorreram também confrontos entre os manifestantes e a polícia, numa zona onde diversas lojas e centros comerciais fecharam portas.

A polícia utilizou balas de borracha, granadas de atordoamento e gás lacrimogéneo para dispersar a multidão, e os órgãos de comunicação locais registaram a presença de atiradores furtivos nos telhados de alguns edifícios.

Os protestos também aconteceram em outras cidades, como Brest e Grodno, onde cerca de 20 jovens foram detidos e levados para as esquadras em veículos policiais. Vários jornalistas também foram presos, quer locais quer estrangeiros.

Manifestante morto por engenho explosivo

Segundo a polícia, um manifestante foi morto na noite passada por um engenho explosivo que pretendia lançar sobre as forças de segurança durante os protestos.

"Um dos contestatários tentou lançar um engenho explosivo contra as forças de segurança, mas o dispositivo explodiu nas suas mãos", matando-o, precisou a polícia bielorrussa num comunicado.

A porta-voz da polícia, Olga Tchemodanova, confirmou à agência France Presse a morte de um manifestante e indicou que várias outras pessoas ficaram feridas, sem dar mais pormenores.

Belarus Präsidentschaftswahl Oppositionskandidatin Swetlana Tichanowskaja
A candidata presidencial da oposição, Svetlana Tikhanovskaia, contesta os resultados oficiais do escrutínioFoto: Reuters/V. Fedosenko

Candidata da oposição refugia-se na Lituânia

A oposição contesta os resultados oficiais do escrutínio, que atribuem a vitória a Lukachenko com 80,08% dos votos, e considera que houve fraude.

A principal rival de Lukachenko nestas eleições, Svetlana Tikhanovskaia, rejeitou os resultados oficiais das presidenciais e pediu ao Presidente que ceda os comandos do país.

A candidata refugiou-se na Lituânia, disse à France Presse o governo de Vilnius. "Ela [Svetlana Tikhanovskaia] chegou à Lituânia e está em segurança", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Vilnius, numa altura em que os protestos da oposição se intensificam na Bielorrússia.  

Svetlana Tikhanovskaia decidiu não participar dos protestos para evitar "provocações", disse à AFP a sua porta-voz Anna Krassulina.

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