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Novos agentes de trânsito em Luanda, "gasosa" antiga

22 de maio de 2017

Em setembro de 2016, foram destacados para as ruas da capital angolana novos agentes de trânsito para combater a corrupção. Mas o problema persiste, com uma "nova tática", denuncia associação de taxistas.

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(Fotografia de arquivo)Foto: DW/P. B. Ndomba

Nove meses depois da chegada dos novos agentes da polícia de trânsito, o problema da corrupção nas ruas de Luanda não parece ter fim à vista: os agentes continuam a cobrar a chamada "gasosa" aos automobilistas. A denúncia é da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola. Esta é uma das classes mais visadas nesta prática.

Geraldo Wanga, Präsident einer Gewerkschaft der Taxi-Fahrer in Luanda, Angola
Wanga: Agentes "só mudaram de tática"Foto: DW/M. Luamba

"Agora, só mudaram de tática", diz Geraldo Wanga, presidente da associação.

Segundo o responsável, a nova estratégia é a seguinte: "O agente detém o cidadão, retém os documentos e fá-los chegar ao piquete. É no piquete que há a negociação, porque já estão entre quatro paredes."

Para se evitar esta "tática", a Direção Provincial de Inspeção do comando de Luanda proibiu que os agentes circulassem com os documentos dos cidadãos além de trinta metros do local da interpelação, mas a medida não parece ter sido acatada.

Apelo aos taxistas e agentes de trânsito

Muitos automobilistas conduzem táxi sem carta ou sem a licença necessária e, quando são interpelados pela polícia, recorrem à "gasosa" para se livrarem da notificação e, consequente, da apreensão dos documentos.

Geraldo Wanga deixa, por isso, um apelo aos taxistas e aos agentes reguladores de trânsito: "É importante que estejamos devidamente legalizados. Além disso, os agentes reguladores de trânsito devem ter uma atitude pedagógica."

Angola: Novos agentes, "gasosa" antiga

Sinalização das paragens

Entretanto, o líder associativo aproveita para recordar uma revindicação antiga dos taxistas: a sinalização das paragens de táxis. O processo já está em curso na capital angolana, mas das mil paragens acordadas nas negociações entre as associações profissionais e o Governo provincial, só quatrocentas foram fixadas. E a sinalização está a ser feita sem a participação da classe, refere Wanga.

"Têm estado a fixar paragens em locais inapropriados, onde nós não estamos de acordo, e que são bastante limitadas", afirma o responsável, que defende a realização de um estudo para se pôr fim ao diferendo que remonta a 2015.

Nesse ano, os taxistas fizeram uma greve em Luanda para reivindicar a indicação das paragens, o fim das multas arbitrárias passadas pela polícia e a subida das tarifas, mas a maioria dessas exigências não foi cumprida.

A DW África tentou ouvir a polícia e o Governo da província de Luanda, sem sucesso.

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