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Desmilitarização da RENAMO poderá ser bem sucedida

Lusa | ar
7 de setembro de 2018

Presidente de Moçambique Filipe Nyusi acredita no sucesso da desmilitarização da RENAMO mas pede vigilância do processo.

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Mosambik Trauerfeier Afonso Dhlakama in Beira
Foto: DW/A. Sebastiao

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse hoje que a desmilitarização da RENAMO, principal partido da oposição, será um sucesso, mas fez um apelo para que o país se mantenha vigilante face à complexidade do processo.

"No âmbito dos assuntos militares, os progressos que temos registado na implementação deste documento [acordo de paz], permitem antever sucessos no desarmamento, desmobilização e reintegração social dos militares da RENAMO", declarou Filipe Nyusi, discursando na cidade da Beira, por ocasião do Dia da Vitória, que se assinala esta sexta-feira (07.09) em todo o país. No entanto, acrescentou, o povo deve permanecer sempre vigilante.

O chefe de Estado moçambicano assinalou que o país não deve ter grupos armados à margem do quadro jurídico do Estado, recordando as consequências nefastas dos vários ciclos de violência armada que ocorreram em Moçambique.

"Ninguém pode ter a ousadia de colocar o povo moçambicano infinitamente em 'stress', para alimentar simples prazeres inconfessáveis", sublinhou.

Revisão pontual da Constituição

Filipe Nyusi destacou que o diálogo com a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) permitiu a revisão pontual da Constituição da República para o aprofundamento da descentralização e de um novo figurino para a eleição dos órgãos autárquicos.

"Trata-se de um processo que pode não ser ainda perfeito, mas permite reduzir a conflitualidade decorrente de atos eleitorais", declarou Nyusi.Sobre o Dia da Vitória, que hoje se assinala, Filipe Nyusi disse que a efeméride marca a consagração da determinação dos combatentes da luta de libertação nacional contra o colonialismo português.

Sambia Portugal Mosambik Mário Soares und Samora Machel in Lusaka
Samora Machel (esq.) e Mário Soares em Lusaca (1974)Foto: casacomum.org/Arquivo Mário Soares

A proeza, prosseguiu, permitiu que o Governo português aceitasse a assinatura com a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), atual partido no poder, do Acordo de Lusaca, a 07 de setembro de 1974.

O entendimento abriu caminho para a proclamação da independência nacional a 25 de junho de 1975.

"Recordamos com a mesma emoção de 1974 os Acordos de Lusaka, que constituíram o derradeiro degrau da luta do povo moçambicano pela independência nacional", afirmou Filipe Nyusi.

Acordos não violados

Para Nyusi, os acordos foram os mais eficazes que o país já teve, pois nunca foram violados por nenhum dos signatários.

As celebrações do Dia da Vitória tiveram como momento mais alto o Festival do Combatente, que juntou esta sexta-feira na cidade da Beira, mais de 5.000 antigos combatentes de libertação nacional, para a exaltação da data.

O evento é caraterizado  por homenagens aos heróis nacionais, marchas, danças e cantos representativos do mosaico cultural moçambicano e com teor épico.

"Todos pela paz em Moçambique"

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