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Obasanjo: "É melhor ter eleições contestadas do que não ter"

Isaac Kaledzi | cvt
23 de janeiro de 2019

Em entrevista exclusiva à DW antes das eleições de fevereiro na Nigéria, ex-Presidente Olusegun Obasanjo explica porque considera que há motivos para celebrar a democracia em África, mesmo que ainda haja muito por fazer.

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Foto: Chung Sung-Jun/Getty Images

"Não devemos subestimar o que alcançamos. Um resultado eleitoral contestado, que é resolvido num tribunal, é melhor do que nenhuma eleição", sublinha o ex-chefe de Estado nigeriano, numa entrevista que concedeu à DW, em Accra, a capital do Gana, onde foi lançado um livro sobre democracia em África que Olusegun Obasanjo escreveu com o ex-ministro das Finanças do Zimbabué, Tendai Biti.

"Há 30 anos, realizar eleições em qualquer país de África seria quase um milagre. Atualmente, isso seria inaceitável", sublinha o ex-general do exército nigeriano, que governou o país de 1999 a 2007. Antes disso, liderou um governo militar entre fevereiro de 1976 e outubro de 1979.

Obasanjo: "É melhor ter eleições contestadas do que não ter"

O ex-líder nigeriano diz que os países africanos não deveriam deixar de usar os mecanismos disponíveis para exigir justiça em caso de eleições fraudulentas ou não credíveis.

"Em quase todas as leis eleitorais ou constituições em África, se houver uma disputa ou discordância, se alguém discordar dos resultados declarados, existe um árbitro: o tribunal constitucional ou o supremo tribunal desse país. E em quase todos os casos, as pessoas tendem a aceitar o que decidem", lembra.

Eleições a 16 de fevereiro

A Nigéria vai às urnas no próximo mês. A preparação das eleições de 16 de fevereiro tem sido marcada por contra-acusações. O Governo acusa o principal partido da oposição, o Partido Popular Democrático (PDP), de orquestrar "violência generalizada", especialmente com os terroristas do Boko Haram. Mas a oposição diz que é o Governo que está na origem da violência.

Ainda assim, o ex-Presidente nigeriano tem expectativas positivas para o pleito. "Ao impedir qualquer interferência, adulteração ou manipulação, teremos uma eleição livre, justa e credível", afirma Olesegun Obasanjo.

O antigo Presidente deixa um apelo aos eleitores nigerianos que vão votar no dia 16 de fevereiro: "Votem e estejam atentos. E protejam os vossos votos! E quando forem declarados os resultados de eleições livres, justas e transparente, devemos todos aceitá-los."