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Moçambique: ONU alerta que conflito continua a agravar-se

Lusa
16 de junho de 2021

O conflito em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, continua a agravar-se, alertam as Nações Unidas no mais recente ponto de situação, que faz um balanço da primeira metade do ano e alerta para subfinanciamento crítico.

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Foto: DW

"O conflito continuou a crescer no primeiro semestre de 2021, impulsionando deslocações generalizadas e uma crise humanitária em rápido desenvolvimento", alerta o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) num resumo publicado na terça-feira.  

O número de pessoas deslocadas internamente pela violência "aumentou de 172.000 em abril de 2020 para mais de 732.000 pessoas até ao final de abril de 2021" - um terço das quais já teve de fugir de onde estava mais do que uma vez. 

Depois do ataque a Palma, em 24 de março, e "após confrontos em todo o distrito", o total de deslocados só daquela área ascende a 68.000 pessoas.

Cabo Delgado: Pemba espera por mais deslocados de Palma

Pessoas em fuga ouvidas pela Lusa e outros testemunhos divulgados pelo Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) dão conta de que a situação em Palma continua instável, com tiroteios e casas incendiadas.

Fome e malária

No resto da região, a fome é a principal consequência no dia-a-dia das famílias. "Mais de 900.000 pessoas estão sob insegurança alimentar severa e as comunidades de acolhimento estão também a precisar urgentemente de abrigo, proteção e outros serviços", lê-se no documento.

Os casos de malária ficaram muito acima dos níveis habituais em 2020, acrescenta. "A grave falta de financiamento está a dificultar a resposta humanitária", alerta a ONU. 

As agências das Nações Unidas em Moçambique "receberam apenas 22,3 milhões de dólares (18 milhões de euros), cerca de 9% dos 254 milhões de dólares (209 milhões de euros) necessários para prestar assistência, proteção e salvar vidas a 1,1 milhões de pessoas em Cabo Delgado, Niassa e Nampula", conclui.

Grupos armados aterrorizam a província desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo jihadista Estado Islâmico.

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