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ONU condena detenção de ativista no Sudão

Lusa | AFP | Reuters
23 de janeiro de 2022

A missão das Nações Unidas no Sudão diz-se "indignada" com a detenção de Amira Ozman. Ativistas denunciam campanha de detenções de figuras da sociedade civil e pró-democracia desde o golpe militar de outubro.

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Sudan Khartum | Protest gegen die Machtübernahme durch das Militär
Foto: Ashraf Shazly/AFP/Getty Images

A missão das Nações Unidas no Sudão condenou este domingo (23.01) a detenção de uma destacada ativista dos direitos das mulheres no Sudão, onde têm ocorrido múltiplas detenções de opositores ao golpe militar de 25 de outubro, liderado pelo General Abdel Fattah al-Burhan.

A Missão Integrada de Assistência à Transição da ONU no Sudão (UNITAMS) diz estar "indignada com a detenção da ativista dos direitos da mulher Amira Ozman ontem [sábado] à noite", numa mensagem publicada nas suas redes sociais.

"A detenção e o padrão de violência contra as ativistas dos direitos das mulheres ameaça seriamente reduzir a sua participação política no Sudão, e apelamos à sua libertação", acrescentou o organismo internacional.

Amira Ozman é presidente da iniciativa "La Lqhr Alnsa" (Não à Opressão das Mulheres), que também denunciou nas suas redes sociais a prisão da ativista durante uma rusga das forças de segurança à meia-noite de sábado na sua casa, num subúrbio de Cartum.

"As tropas levaram-na para um local desconhecido e aterrorizaram a sua família", acusa a organização, avisando que, como resultado de complicações de um acidente recente, Ozman precisa de tomar medicação e de acompanhamento médico contínuo. 

A participação das mulheres nas instituições do poder e no processo de transição democrática iniciado no Sudão em 2019, após a queda do ditador Omar al-Bashir, tem sido, juntamente com a dos jovens, um dos compromissos dos atores neste processo e uma exigência recorrente da comunidade internacional.

Sudan Khartum | Protest gegen die Machtübernahme durch das Militär
"Paz para os manifestantes": Um dos cartazes da manifestação de sexta-feira (20.01).Foto: Ashraf Shazly/AFP/Getty Images

Campanha de detenções

A ONU advertiu anteriormente as autoridades militares que controlam o poder no Sudão desde o golpe de Estado de outubro sobre a violência contra as mulheres, como quando há um mês apelou a uma investigação sobre as alegadas violações de 13 mulheres e raparigas durante um dia de protestos contra o golpe.

Ativistas sudaneses afirmam que está em curso uma campanha de detenções de figuras da sociedade civil e pró-democracia desde o golpe militar de outubro. Algumas pessoas foram libertadas nos últimos três meses, mas os ativistas lembram que muitas continuam na prisão e as detenções continuam.

Na sexta-feira, manifestantes anti-golpe assinalaram um "dia dos mártires", com reuniões junto às casas de algumas das 73 vítimas mortais da repressão violenta dos protestos desde outubro. Sindicatos, partidos políticos e grupos da sociedade civil apelaram a novas manifestações esta segunda-feira.

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