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ONU faz novo apelo para transferência de poder no Sudão

AFP | tms
1 de junho de 2019

Secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu aos militares sudaneses e manifestantes que retomem as negociações sobre a entrega do poder para uma autoridade civil.

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Foto: AFP/M. El-Shahed

António Guterres disse em um comunicado, divulgado na noite desta sexta-feira (31.05), que os militares e os grupos de manifestantes devem "concluir as negociações sobre a transferência de poder para uma autoridade de transição liderada por civis o mais rápido possível".

As negociações entre os manifestantes e o conselho militar foram interrompidas desde que ambos os lados não chegaram a um acordo sobre a liderança da transição de poder – se será encabeçada por uma figura civil ou militar. O impasse gerou temores de que os militares busquem firmar-se o poder, diminuindo as esperanças de um processo democrático no Sudão.

Na sexta-feira, centenas de pessoas reuniram-se em apoio aos governantes militares do Sudão, em Cartum. O Conselho Militar de Transição governa o país desde a queda do Presidente Omar al-Bashir, em 11 de abril, após meses de protestos contra o regime.

Guterres pediu a "máxima moderação" e enfatizou a importância de defender os direitos humanos, incluindo o direito à liberdade de reunião e de expressão.

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António Guterres, secretário-geral da ONUFoto: Getty Images/. Ebener

Resistência militar

Na quinta-feira (30.05), autoridades sudanesas fecharam o escritório da rede Al Jazeera, de propriedade do Governo do Qatar, e proibiram seus jornalistas de fazerem reportagens no país.

Os generais do Sudão, apoiados pelas principais potências árabes, resistiram aos pedidos de Governos africanos e ocidentais para que entregassem as rédeas do poder aos civis.

O chefe do Conselho Militar do Governo, general Abdel Fattah al-Burhan, fez uma visita à Arábia Saudita nesta semana, depois das negociações no Egito na semana passada.

Impasse

Em 14 de maio, os líderes do protesto e os militares chegaram a um acordo, concordando em um período de transição de três anos para a transferência completa do poder para uma administração civil.

Eles também concordaram que o Parlamento seria composto por 300 membros para a transição, com cerca de dois terços da aliança de protesto e o restante de outros grupos políticos.

Mas as negociações foram suspensas no dia seguinte pelas forças armadas, que exigiram que os manifestantes removessem os bloqueios após os confrontos em que cinco pessoas foram mortas.

As conversas recomeçaram em 19 de maio, mas foram interrompidas no dia seguinte por desacordo sobre se os militares ou os civis deveriam liderar a autoridade de transição. O chefe da ONU pediu uma transição no Sudão que atenda à "aspiração democrática" do povo sudanês.