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Oposição pede demissão do Presidente Filipe Nyusi

21 de novembro de 2019

O pedido surge depois de o Presidente ser citado no julgamento sobre dívidas ocultas em Nova Iorque. Nyusi foi mencionado como tendo recebido um milhão de dólares da Privinvest para financiar campanha eleitoral de 2014.

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Foto: picture-alliance/dpa

Os dois maiores partidos da oposição moçambicana pediram, nesta quinta-feira (21.11), a demissão do Presidente da República, Filipe Nyusi, depois ter sido citado no julgamento sobre as dívidas ocultas, nos Estados Unidos da América.

O libanês Jean Boustnai, negociador da Privinvest e considerado o pivot do escândalo das dívidas ocultas, disse na quarta-feira em tribunal que Nyusi recebeu um milhão de dólares da empresa para financiar a campanha eleitoral de 2014.

José Manteigas, Sprecher von RENAMO Nationalrat in Beira
José Manteigas, porta-voz da RENAMOFoto: DW/Arcénio Sebastião

Face a estas declarações, o porta-voz da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), José Manteigas, entende que o Presidente se deve demitir, porque não está em condições morais para dirigir o país.

Em entrevista à DW África, o político diz ainda que Nyusi "não está em condições morais para fazer um discurso anticorrupção [e] para apelar ao cumprimento da lei e da Constituição. Portanto, a primeira posição que devia ter é demitir-se, pôr o cargo à disposição e explicar aos moçambicanos se é inocente ou se, de facto, recebeu esse dinheiro".

MDM dá 72 horas a Nyusi

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro partido parlamentar, também pede ao Presidente para colocar o lugar à disposição.

Augusto Pelembe, chefe nacional adjunto de informação do partido, deu um prazo: "Nas próximas 72 horas, exigimos que o senhor Filipe Jacinto Nyusi se demita e que também o Conselho Constitucional declare nulas estas eleições e convoque novas eleições, porque não podemos ser governados por bandidos", disse Pelembe em conferência de imprensa.

A  Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) também terá recebido 10 milhões de dólares das dívidas ocultas, segundo a acusação norte-americana.

O partido no poder frisou esta quinta-feira que o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, "não tem nada a ver com a questão das dívidas". E, sobre o facto de a FRELIMO também ter sido citada no processo, o porta-voz Caifadine Manasse disse apenas que o partido está "a seguir o julgamento".