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Direitos HumanosSão Tomé e Príncipe

Oposição protesta em São Tomé contra "execuções sumárias"

20 de dezembro de 2022

Centenas de pessoas foram para as ruas de São Tomé protestar contra as violações dos direitos no país, depois dos acontecimentos de 25 de novembro, que as autoridades classificaram como tentativa de golpe de Estado.

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Protest in São Tomé und Príncipe gegen Menschenrechtsverletzungen
Foto: R. Graça/DW

"Abaixo a ditadura, democracia sim", foi o apelo mais ouvido durante a manifestação convocada pelos partidos da oposição em repúdio aos acontecimentos de 25 de novembro, que levaram à morte de quatro civis sob custódia militar.

Arlindo Barbosa, do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), diz que se vive um clima de medo desde o regresso de Patrice Trovoada ao poder e depois das "execuções sumárias" dos cidadãos são-tomenses.

"Estamos a fazer essa marcha para pôr fim a esta ditadura, para pôr fim a este comportamento, seja ele de quem for. As pessoas devem ser responsabilizadas. Nós queremos um país em paz, onde reina a democracia, onde reinam os direitos fundamentais dos cidadãos", apelou.

Protesto em São Tomé e Príncipe contra violações dos Direitos Humanos
"Democracia sim, ditadura não" foi um dos lemas do protesto desta terça-feira (20.12) em São ToméFoto: R. Graça/DW

Depois dos acontecimentos de 25 de novembro, circularam na Internet imagens das pessoas sob custódia militar, num quartel, com as mãos amarradas e sinais de agressão.

Arlécio Costa, ex-combatente do 'batalhão Búfalo' acusado de ser o mandante do ataque, foi detido em sua casa e levado para o quartel, onde acabou por morrer juntamente com os três outros alegados assaltantes.

Sede de justiça

Filinto Costa, um militante da oposição, pede que seja feita justiça.

"Nós sabemos que há a justiça do mundo. Mas se a justiça do mundo não funcionar, a justiça de Deus será feita mais tarde ou mais cedo, veremos a justiça divina."

Costa compara os acontecimentos de 25 novembro ao massacre de 1953, perpetrado pelo regime colonial em São Tomé e Príncipe. "Mesmo em 1953, as pessoas não foram apanhadas em casa e torturadas desta forma. É inadmissível."

Na manifestação desta terça-feira (20.12) em São Tomé participaram membros dos partidos da oposição, familiares e amigos das vítimas.

Júdice Bragança, um antigo mercenário do extinto 'batalhão Búfalo' que operava na África do Sul, disse que não se conforma com a morte de Arlécio Costa: "Até agora, não acredito. Eu, como mais velho, fiz a guerra com ele na África do Sul, Namíbia, Serra Leoa, Angola, Congo. O Arlécio foi um operativo e é muito triste que tenha acabado torturado na sua terra natal."

Seis militares são-tomenses foram colocados em prisão preventiva por suspeita de tortura e homicídio, revelou uma fonte judicial citada pela agência de notícias Lusa. Os militares foram presentes na segunda-feira para o primeiro interrogatório no Tribunal de Primeira Instância.

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