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PolíticaAlemanha

Os Verdes escolhem candidata para disputar o lugar de Merkel

Jens Thurau
19 de abril de 2021

O Partido Verde escolheu Annalena Baerbock, de 40 anos, como candidata a chanceler nas eleições gerais de setembro, na Alemanha. A formação política é a segunda nas intenções de votos, atrás apenas dos conservadores.

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Annalena Baerbock é candidata a chanceler pelos Verdes alemãesFoto: dpa/picture alliance

Os Verdes alemães anunciaram esta segunda-feira (19.04) o nome de Annalena Baebock como candidata a chanceler nas próximas eleições gerais de setembro.  A formação política é a segunda nas intenções de voto depois dos conservadores.

Segundo o partido, a escolha ocorreu após uma decisão acordada entre Annalena Baebock e Robert Habeck, que dividem a presidência do partido desde 2018.

Inicialmente, menos conhecida do que Habeck, a deputada de 40 anos estabeleceu um perfil de destaque, como especialista em clima e em política externa da bancada do partido. Além disso, revelou-se uma ativista corajosa contra o populismo e a xenofobia.

Quando a dupla de sucesso dos Verdes foi confirmada numa conferência em Bielefeld quase dois anos mais tarde, Baerbock recebeu 97% dos votos, e o co-presidente Habeck, 90%.

Klimaprotest Fridays for Future - Berlin | Robert Habeck
Robert Habeck é co-presidente do partido com Annalena BaerbockFoto: Kay Nietfeld/dpa/picture alliance

"Punhalada no coração"

Annalena Baerbock é vista na cena política alemã como determinada, corajosa, ambiciosa e autoconfiante. Numa entrevista à revista alema Der Spiegel no final de março, disse que se Habeck fosse escolhido como candidato a chanceler, seria como "uma pequena punhalada no seu coração".

Mesmo com a harmonia que existe na liderança compartilhada do partido, Baerbock deixou claro: "Se há ambição, é claro que se quer mostrar: Eu posso fazê-lo", referiu sobre a candidatura a chanceler.

A candidata dos Verdes à chancelaria sempre foi ambiciosa. Nasceu em 1980, em Pattensen, no sul da Baixa Saxónia. Na adolescência, foi uma atleta de alto rendimento, chegando a ser terceira colocada num campeonato alemão de trampolim acrobático.

TABLEAU | Deutschland  | Coronavirus dritte Welle | Angela Merkel, Bundeskanzlerin
Angela Merkel, atual chanceler da AlemanhaFoto: Annegret Hilse/REUTERS

Aos 16 anos, morou nos Estados Unidos por um ano. Mais tarde, estudou Direito Público em Hannover. Licenciou-se em Direito Internacional na London School of Economics and Political Science.

Neste período em que está na liderança dos Verdes, o partido tem sido marcado por bons resultados eleitorais, bem como registado sucesso nas eleições europeias e estaduais. Por outro lado, os Verdes ainda têm algum trabalho a fazer no leste da Alemanha, onde Baerbock vive com o marido e dois filhos na cidade de Potsdam, não muito longe de Berlim.

Especulações com a CDU/CSU

Tal como Robert Habeck, Annalena Baerbock não parece ter medo do embate com políticos conservadores. Aliás, desde quando os dois chegaram à liderança do Partido Verde, há especulações sobre uma possível coligação dos conservadores da União Democrata Cristã (a CDU, de Angela Merkel) e da União Social-Cristã na Baviera com os Verdes para as eleições de 2021.

Mas Baerbock atribui prioridade clara ao seu programa verde. Defende o fim da produção de energia a carvão na Alemanha muito antes de 2038 - prazo seguido pelo atual Governo. A parlamentar também defende o limite de velocidade nas autoestradas, de 130 quilómetros por hora.

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Especula-se aliança entre os Verdes e os conservadores da CDU/CSUFoto: Kay Nietfeld/dpa/picture alliance

Baerbock também é contra o aumento das despesas da Defesa alemã, mesmo que parceiros importantes como os Estados Unidos e também a CDU e a CSU o exijam. No seu manifesto eleitoral, os Verdes defendem medidas muito mais contundentes para a proteção climática. Assim, existem muitos pontos de potencial conflito com o alegado possível parceiro de coligação, CDU/CSU.

Verdes e EUA

Numa entrevista à DW em janeiro de 2021, Baerbock mostrou satisfação pela eleição de Joe Biden à Presidência dos Estados Unidos e a sua decisão de regressar ao acordo de proteção climática de Paris.

Ao mesmo tempo, porém, a líder do Partido Verde revelou expetativas claras e concretas a respeito do Governo americano: "Nós, europeus, o Governo alemão, devemos agora utilizar esta oportunidade para avançar com as nossas próprias propostas para um "Green Deal" transatlântico".

No manifesto eleitoral, os Verdes não dizem que são os mais propensos a buscar alianças com os sociais-democratas, do SPD, como já fizeram várias vezes.

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