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PALOP deverão apoiar candidatura de Guterres à ONU

João Carlos (Lisboa)31 de março de 2016

A candidatura de António Guterres ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas foi bem acolhida pelos países lusófonos em África. O ex-primeiro-ministro português conta à partida com o apoio de Angola.

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Foto: picture-alliance/dpa/J.-Ch. Bott

O ex-Alto Comissário da ONU para os Refugiados preenche "todos os critérios e requisitos" para exercer o cargo de secretário-geral das Nações Unidas, afirma o chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, que encabeça a missão de mobilização de apoios a António Guterres.

Para o ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Chikoti, a candidatura de Guterres é "honra, de modo geral, toda a comunidade lusófona". O antigo primeiro-ministro português foi recentemente recebido em Luanda pelo Presidente José Eduardo dos Santos.

O chefe da diplomacia angolana já debateu o assunto em Lisboa com o seu homólogo português. "Tivemos a oportunidade de comentar esse aspeto durante os nossos trabalhos e achamos que seria uma boa oportunidade para podermos apoiar todos esta candidatura", disse Chikoti.

George Chikoti
Georges Chikoti, chefe da diplomacia angolanaFoto: AP

O candidato português terá praticamente assegurado o apoio do grupo lusófono em África. Para já, para além de Angola, também São Tomé e Príncipe e Cabo Verde manifestaram publicamente o seu apoio à candidatura de Guterres. Resta saber se conseguirá mobilizar também os países africanos não lusófonos.

O facto de ter exercido o cargo de Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados joga a favor do antigo primeiro-ministro português, considera o brigadeiro Correia de Barros, do Centro de Estudos Estratégicos de Angola. "Ele tem um prestígio muito grande. Fez um trabalho magnífico no Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) e acho que tem todas as condições para isso", afirma o especialista.

Além disso, como o cargo de secretário-geral das Nações Unidas é rotativo de acordo com os continentes, Correia de Barros acredita que, nesta conjuntura, será escolhido um europeu. "E dentro da Europa não vejo mais ninguém com condições para desempenhar esse lugar".

"Escolha difícil"

A avaliação dos concorrentes ao cargo tem início já em meados de abril. Os candidatos a substituto do sul-coreano Ban Ki-moon a partir de 1 de janeiro de 2017 começam a ser ouvidos numa primeira audição pública a ter lugar na Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Segundo o chefe da diplomacia portuguesa, as primeiras votações indicativas deverão acontecer no fim da primavera ou no início do verão.

Santos Silva admite que a escolha será "difícil", o que aumenta a probabilidade de ser eleito um "excelente" secretário-geral da ONU para o próximo mandato de cinco anos. Foi para permitir que a escolha seja a mais ampla possível que o Governo português decidiu apresentar a candidatura de Guterres, "que toda a gente reconhece ser um candidato à altura do cargo para que se candidata", afirma.

Portugal Außenminister Augusto Santos Silva
Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros de PortugalFoto: picture-alliance/dpa/A. Cotrim

"Ninguém pode ter a pretensão de escolher sozinho o próximo secretário-geral", lembra o chefe da diplomacia portuguesa, reconhecendo que caberá ao Conselho de Segurança escolher o candidato que melhor preencherá as condições para exercer o cargo, sujeito à ratificação na Assembleia Geral.

Os outros candidatos até agora conhecidos, três homens e três mulheres, são do leste europeu: o ex-ministro das Relações Exteriores da Macedónia, Srgjan Kerim, a primeira vice-primeira-ministra da Croácia, Vesna Pusic e o vice-primeiro-ministro de Montenegro, Igor Lukic, assim como o antigo Presidente da Eslovénia, Danilo Turk, a atual diretora-geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Irina Bokova, e a primeira vice-primeira-ministra da Moldávia, Natália Gherman.

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