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Paulo Vahanle justifica sua inoperância em Nampula

14 de maio de 2019

O edil de Nampula, Paulo Vahanle, acusa a FRELIMO de dificultar a sua governação. As verbas para pagar salários e para as contas correntes do município chegam com atraso.

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Mosambik Edil de Nampula
Foto: DW/S. Lutxeque

O edil de Nampula, Paulo Vahanle, da RENAMO, diz que a inoperância do seu governo na solução de grandes problemas da cidade é resultado de sabotagem do governo da FRELIMO. Segundo o autarca, a intenção é inviabilizar e manchar a sua governação e todos os municípios geridos pelo maior partido da oposição moçambicana. A FRELIMO, partido que governa o país desde a independência, diz que a própria RENAMO é "incompetente” e não sabe gerir.

Atraso nas verbas

Alguns municípios geridos pela RENAMO admitem estar a passar dificuldades na canalização de verbas por parte do governo central da FRELIMO. Um deles é a autarquia de Nampula, no norte do país, liderado por Paulo Vahanle.

Falhas em Nampula

O edil diz que tem havido atrasos na transferência de alguns fundos vitais para o funcionamento normal do seu município, que provocaram uma crise financeira e consequentemente atrasos no pagamento de salários.

"Acabo de regressar de Maputo, onde fui colocar a situação dos salários. Aqui [no município] temos só salários atrasados no mês de abril [que ainda não foram pagos] e mês de maio em curso. Mas os meses de fevereiro e março nós pagamos com algum apoio”, esclarece. Contudo o edil reclama que, "o governo central, naquilo que são as responsabilidades na transferência do FCA [Fundo de Compensação Autárquica, destinado para pagamento de salários] na cidade de Nampula desde fevereiro até este maio não está a correr”.

Ainda por causa dos fundos para pagamento de salários, Paulo Vahanle disse que tratou de contactar, na semana passada, a diretora provincial da Economia e Finanças de Nampula, mas esta apenas fez transferência de 10 milhões de meticais, contra os 15 milhões que tem sido por norma.

Por isso, o autarca considera estar a ser vítima de sabotagem por parte do governo central que, segundo diz, quer fazer desacreditar o seu governo e da RENAMO.

Mosambik Straßenbau
Foto: DW/S. Lutxeque

Estradas em reabilitação

"E também temos o problema do FIIA, que é Fundo de Investimento de Iniciativa Local; caso dessas estradas que poderia nos ajudar [na reabilitação], mas estamos há bastante tempo que o governo [central] não envia. Eu não sei as motivações, não sei se é porque somos da RENAMO, é para fragilizar a nossa cidade, é para fragilizar o governo da RENAMO, mas nós estamos seguros que vamos trabalhar”, lamentou.

E o trabalho para o desenvolvimento da autarquia já começou. Na última segunda-feira, Paulo Vahanle lançou uma campanha para reabilitar as estradas da cidade, que estão num estado avançado de degradação, e assegurar a limpeza da cidade.

"Estamos a prever que tenha a duração de 90 dias e vamos despender cerca de seis milhões de meticais e o resto do material já temos, no que diz respeito o asfalto e outros”, disse.

Mosambik Margarida Tala Frelimo Partei
Foto: DW/S. Lutxeque

A FRELIMO, partido que governa o país desde a independência em 1975, desvaloriza as acusações e diz que a própria RENAMO é "incompetente” e não sabe gerir. Margarida Talapa é chefe da bancada da FRELIMO no Parlamento moçambicano e também lidera a brigada central de assistência do partido na província de Nampula.

"A incompetência da RENAMO não pode transferir para o governo, porque as autarquias devem ser autónomas; eles prometeram e devem criar condições para dar as populações. Sabiam muito bem que governar é uma acção de sabedoria e engenharia e não se usa esperteza”, disse.