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Com Vahanle Nampula está melhor ou pior?

Sitoi Lutxeque (Nampula)
18 de abril de 2019

Paulo Vahanle, edil de Nampula, completou um ano de governação, na sequência da vitória nas intercalares de 2018. Sobre a gestão do autarca as opiniões dividem-se.

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Mosambik Kampagne gegen Müll in Nampula
Paulo VahanleFoto: DW/S. Lutxeque

O edil de Nampula, província no norte de Moçambique, Paulo Vahanle, completa, nesta quinta-feira (18.04.), um ano de governação, após a sua investidura a 18 de abril do ano passado, na sequência da vitória nas eleições intercalares de março de 2018.

Doze meses depois, a gestão do autarca da terceira maior cidade moçambicana divide opiniões. Uns dizem que a autarquia regrediu e ainda choram Mahamudo Amurane [antigo presidente do Conselho Municipal de Nampula assassinado em outubro de 2017] e outros firmam que o edil está a dar seu máximo.

Gil Mussequesse é cidadão residente em Nampula e os microfones da DW África diz que "não vejo grandes mudanças. Não tive acesso ao manifesto eleitoral do presidente, mas a minha expetativa era que durante este período, algumas mudanças poderiam ter acontecido, principalmente na melhoria das vias de acesso na área urbana e a remoção dos resíduos sólidos na periferia. Não sei qual é o plano que tem o presidente do Conselho do Município", concluiu.

"Nada mudou ou esteja a mudar"

Gloria Charles e Lizete Luciano são outras cidadãs de Nampula. Também são unânimes em afirmar que nada mudou ou esteja a mudar. Isso faz-lhes recuar no tempo de Mahamudo Amurane e choram a sua morte."Está muito fraco, não é como antes na altura do presidente Amurane. Agora tudo está desorganizado, lixo de qualquer maneira, estradas sujas e cheio de buracos". "A cidade vai do mal a pior. Há muitos buracos e lixo e não parece que estamos numa cidade grande. Até um dos distritos da província está mais lindo que a nossa cidade. Há encurtamento de rota [pelos transportadores de semi-colectivos] e o município está aqui e nada faz. Os mercados estão sujos e não há nada de especial".

Mahamudo Amurane
Mahamudo AmuraneFoto: DW/Nelson Carvalho Miguel

Mas nem tudo vai mal para todos. Há munícipes que vêem esforços do edil. Um deles é Celestino Augusto que afirma "os pontos de vistas são relativos... para uns, ele não está a trabalhar, mas eu acredito que esteja a trabalhar nas áreas em que ele prometeu no acto da campanha eleitoral, que era por exemplo, a remoção do lixo. Por isso, o balanço deste um ano é positivo", destacou.

Situações que merecem atenção redobrada

As criticas sobre a má gestão, sobretudo de resíduos sólidos e a degradação das estradas, chegaram até a Assembleia Autárquica que esteve reunida na última terça e quarta-feira (16/17.04). O presidente daquele órgão deliberativo, Tertuliano Juma, também membro sénior da RENAMO onde, também Paulo Vahanle é militante, lamentou algumas das situações que julga merecer uma atenção e um esforço redobrados com vista a sua solução."Constatamos a existência de muitos agentes do Estado e trabalhadores sem tarefas. Também, notamos a existência de muitas viaturas circulantes que não funcionam devido a avarias graves", disse.

Paulo Vahanle - 1 ano de governação em Nampula

Entretanto, Paulo Vahanle, presidente do Conselho Autárquico de Nampula, publicamente não fez o balanço geral da sua gestão municipal, o período que compreende a sua investidura nas eleições intercalares até ao momento, mas reconheceu a existência de alguns problemas e assegurou que o seu executivo tem trabalhado para o progresso da cidade.

Vahanle reconhece que há problemas

Vahanle acrescentou que a edilidade que dirige tem vindo a remover constantemente o lixo em toda a cidade e sobre as estradas anunciou que já estão em curso trabalhos de melhoramento das mesmas.

"No período das chuvas, enquanto a água estiver a aumentar os buracos, nunca devemos colocar pedras junto delas, mas sim saibro. Mas já agora vamos remover essa areia para colocar o material convencional [ alcatrão]", explicou.

Recorde-se que Paulo Vahanle é o primeiro presidente da autarquia de Nampula, da RENAMO e segundo de um partido da oposição a conduzir os destinos da considerada capital do norte de Moçambique.

 

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