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Duas mil pessoas fora do recenseamento em Moçambique

30 de agosto de 2017

A província da Zambézia, centro do país, foi uma das mais críticas no quarto Recenseamento Geral da População e Habitação em Moçambique. As autoridades vão iniciar inquérito para averiguar falhas.

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Moradoras de Quelimane que não foram recenseadasFoto: DW/M. Mueia

Para já, fala-se em dois mil, mas o número dos que não foram recenseados na província da Zambézia, centro de Moçambique, pode vir a aumentar. Para os próximos dias é esperada a divulgação de um novo inquérito sobre o total de habitantes ouvidos pelos recenseadores.

Na cidade de Quelimane, por exemplo, as equipas do Instituto Nacional de Estatística não passaram, por todas as casas. "Os recenseadores não passaram. Então, nós iríamos fazer o quê?", questiona Dina Salvador, habitante do bairro Floresta.

"As pessoas passaram em algumas casas e noutras não", lamenta Esmenia Matemate, que também reside no bairro Micajune e não foi recenseada.

O diretor do gabinete de recenseamento na cidade de Quelimane, Abrão Macete, reconhece que muitos cidadãos não foram registados durante o quarto Recenseamento Geral da População e Habitação, que decorreu entre os dias 1 e 15 de agosto.

Armando Terenha, Statistiker Mosambik
Armando Terenha, delegado do INE na ZambéziaFoto: DW/M. Mueia

"Aconteceu que no momento em que os brigadistas, refiro-me aos recenseadores e guias, passavam nas casas não encontravam os respetivos moradores. Sempre que os brigadistas passavam, deixavam recado para que os moradores pudessem dizer o momento em que estariam disponíveis. Não tendo acontecido até dia 15 [de agosto], tivemos orientação que havia uma equipa que estaria a trabalhar para tratar desses casos. Algumas pessoas recorreram ao gabinete provincial de recenseamento para que fossem abrangidas" no processo, explica Abrão Macete.

"Não tivemos ninguém a reclamar, mas tenho a certeza que há muita gente que precisava de ser recenseada", reconhece o diretor do gabinete de recenseamento de Quelimane. "Se tivéssemos autorização para recensear essas famílias [em falta] estaríamos prontos a incluir essas pessoas no processo, que é tão importante", acrescenta Abrão Macete.

No entanto, essa hipótese está fora de questão. "Neste momento, não terão nenhuma possibilidade de serem recenseadas" as pessoas em falta, refere o delegado do Instituto Nacional de Estatística (INE) na Zambézia, Armando Terenha. "Mas, o mais importante para nós é, na verdade, qual será a percentagem da população que vai ser captada durante o inquérito de cobertura", sublinha Armando Terenha.

INE garante cobertura quase total do país

Quelimane - Recenseamento - MP3-Mono

Reconhecendo que houve falhas, o INE já se comprometeu a realizar um inquérito para avaliar as omissões registadas no processo. O inquérito deverá começar a 16 de setembro e terá a duração de 15 dias.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, a província da Zambézia, que tem cerca de cinco milhões de habitantes, foi uma das mais críticas no processo, juntamente com Tete e Manica. A cobertura na Zambézia terá rondado os 82%. No entanto, no término do processo de recenseamento, o INE já anunciou que atingiu 98,9% da sua meta no censo geral.

Segundo números oficiais, estima-se que Moçambique tenha uma população de cerca de 27,1 milhões, um crescimento de 30% desde o último censo (2007).

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