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Pemba recebeu quase 4 mil deslocados de Palma

Lusa
5 de abril de 2021

Organizações de ajuda humanitária informam que quase 700 crianças deixaram suas casas após ataque terrorista em Palma, no final de março. Três mulheres deram à luz durante a fuga. NGOs apelam por "ajuda urgente".

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Mosambik Cabo Delgado | Flüchtlinge in Cabo Delgado nach Terror Angriff in Palma
Foto: DW

Um total de 3.591 pessoas que fugiram ao ataque a Palma, norte de Moçambique, foram recebidas em Pemba, capital da província de Cabo Delgado, anunciou hoje o Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD).

Segundo a entidade, foram necessárias 43 viagens aéreas e quatro percursos de navio para transportar os deslocados, sendo que os que não tinham família ou amigos para os receber foram acolhidos em cinco centros transitórios.

O relatório do INGD indica que das 3.591 pessoas que chegaram a Pemba, 669 são crianças e 529 são mulheres, avançando que três destas mulheres deram à luz durante as viagens. 

 Dos cinco centros transitórios que estavam em funcionamento na cidade, pelo menos três já foram encerrados, estando atualmente a funcionar apenas o Lar da Esperança e um complexo desportivo no bairro Expansão, com um total de 253 pessoas.

 A "nova onda" de deslocados requer "ajuda humanitária urgente", refere o INGD. 

Mosambik Cabo Delgado | Flüchtlinge in Cabo Delgado nach Terror Angriff in Palma
Mulheres deram à luz durante a fugaFoto: DW

Metade dos deslocados são crianças

 A vila de Palma, a cerca de seis quilómetros do projeto de gás natural da Total, sofreu um ataque armado a 24 de março que as autoridades moçambicanas dizem ter resultado na morte de dezenas de pessoas e na fuga de milhares.

De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), cerca de 9.900 pessoas, quase metade crianças, fugiram de Palma devido à violência e, desde 24 de março, chegaram aos distritos de Nangade, Mueda, Montepuez e Pemba.

 Em Pemba, a última grande embarcação com deslocados chegou na quinta-feira, com 1.200 dos que se refugiaram junto ao recinto dos projetos de gás, em Afungi.  A violência em distritos mais a norte da província começou há três anos e está a provocar uma crise humanitária com 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes.