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PODEMOS reúne assinaturas em apoio a Samora Machel Jr.

8 de junho de 2019

Secretário provincial do PODEMOS na Zambézia garante que partido irá concorrer às eleições gerais de outubro, apesar do número ainda insuficiente de assinaturas. Para altos membros, o nome de Samito é o "mais sonante".

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Em maio, Samora Moisés Machel disse à DW que não deixaria a FRELIMOFoto: DW/J. Carlos

O partido PODEMOS (Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique) angariou este sábado (08.06) duas mil assinaturas em apoio à candidatura de Samora Machel Júnior às eleições gerais de outubro. A maioria das assinaturas partiu de membros da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), o partido no poder, seguido de membros da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), o maior partido da oposição, e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).

Altos representantes do PODEMOS referem que o nome de Samora Machel Júnior, filho do primeiro Presidente do país e militante destacado da FRELIMO, é o "mais sonante" para representar o partido nas próximas eleições. O partido realizou a sua primeira sessão ao nível provincial em Quelimane, na província Zambézia, com a participação de membros oriundos dos distritos de Morrumbala, Namarroi, Mocuba e Milange. 

Mosambik Podemos Partei Valdemiro Mussoco
Valdemiro Mussoco garante que PODEMOS irá concorrer às eleições gerais de outubroFoto: DW/M. Mueia

As duas mil assinaturas colhidas são tidas como suficientes para apoiar a candidatura de Samora Machel Júnior a Governador Provincial da Zambézia. Entretanto, ao nível nacional, serão necessárias 20 mil assinaturas. Valdemiro Mussoco, secretário provincial do PODEMOS, considera não haver preocupação para atingir a cifra exigida e garante que o PODEMOS terá um candidato às eleições presidenciais.

Vários membros deste partido dizem-se otimistas e preparados para combater em pé de igualdade com outros formações políticas partidárias que, a partir de setembro, estarão em batalha por votos.

O PODEMOS é formado por membros da FRELIMO que pediam mais "inclusão económica" e que estavam "desencantados" com possíveis mudanças de rumo dentro do partido, referiu Albino Forquilha, presidente do PODEMOS, a 14 de maio, quando o partido foi legalizado. A nova organização é integrada por membros da Associação de Ajuda ao Desenvolvimento de Moçambique (AJUDEM), que tentou concorrer, sem sucesso, às eleições autárquicas de 2018 para o município de Maputo com uma lista encabeçada por Samora Machel Júnior. 

Em entrevista à DW África em maio, Samora Machel Júnior adiantou, entretanto, que não deixaria a FRELIMO caso recebesse um convite para ser candidato do PODEMOS às presidenciais. "Como vou fazer uma coisa dessas? Eu sou da FRELIMO e estou na FRELIMO", afirmou.

"Novo modelo de governação"

Durante a reunião, Valdemiro Mussoco referiu que o surgimento do PODEMOS partiu da reprovação da candidatura de Samora Machel Júnior no ano passado pelo município de Maputo. "Temos vários objetivos, principalmente para este período eleitoral. Já entramos na fase de pré-campanha e depois vamos à campanha eleitoral", afirmou.

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Membros do PODEMOS na primeira sessão ao nível provincial do partido, em QuelimaneFoto: DW/M. Mueia

A maior parte dos membros do PODEMOS veio da FRELIMO. Poucos vieram da RENAMO e do MDM. "Este partido quer trazer um novo modelo de governação. Se fores a ver a FRELIMO, o Presidente da República também é presidente do partido. Nós não queremos fazer isso. Nossa intenção é separar o poder. O PODEMOS vai mudar este cenário", afirmou Valdemiro Mussoco.

"O Presidente da República não pode misturar os assuntos partidários e os assuntos de governação. Quando assim acontece, o Presidente vira as suas atenções só para os membros do seu partido, mas o país não é composto só por membros de um partido e, sim, por muitas pessoas diferentes", acrescentou o secretário provincial do PODEMOS na Zambézia.