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Moçambique: Polícia abate suposto informador de terroristas

kg | Lusa
4 de janeiro de 2021

O suspeito de auxiliar os insurgentes foi morto a tiro nas redondezas dos megaprojetos de gás natural em Afungi, na província nortenha de Cabo Delgado. Um membro da PRM ficou ferido na operação policial.

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Polícia da República de Moçambique
Forças especiais da PRM na base de Palma, em Cabo Delgado, norte de MoçambiqueFoto: Roberto Paquete/DW

A polícia de Moçambique anunciou esta segunda-feira (04.01) que abateu um suposto informador dos insurgentes no distrito de Palma, nas redondezas dos megaprojetos de gás natural em Afungi, na província de Cabo Delgado.

O facto ocorreu na sexta-feira (01.01), no bairro de Quitunda, uma zona próxima aos megaprojetos e que tem sido usada para realojar as populações que viviam na área que agora alberga os empreendimentos da petrolífera Total, que lidera o projeto.

"[As equipas] deslocaram-se para aquele bairro, chegados no local, a polícia foi recebida com tiros e sentiu-se obrigada a abrir fogo e daí um suposto informante dos terroristas acabou sendo alvejado mortalmente no local", afirmou o porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Cabo Delgado.

Segundo Ernesto Madungue, a PRM terá se deslocado ao bairro após tomar conhecimento de que havia informadores dos grupos insurgentes em três residências, tendo, por isso, organizado equipas para responder à situação. "Também foi alvejado pelo suposto terrorista um dos membros da PRM, que ficou ferido e neste momento está a receber cuidados médicos no hospital", acrescentou.

Campos de gás em Cabo Delgado
Campos de gás na província moçambicana de Cabo Delgado

Projetos ameaçados

Em dezembro, grupos rebeldes que têm protagonizado ataques armados em Cabo Delgado efetuaram, pelo menos, dois ataques próximos dos megaprojetos liderados pela francesa Total. O projeto é o maior investimento privado em África, da ordem dos 20 mil milhões de euros.

A Total informou que reduziu temporariamente a sua força de trabalho no local do projeto em resposta ao "ambiente prevalecente", acrescentando estar em "contato permanente" com as autoridades moçambicanas. "O ambiente operacional permanece em avaliação contínua e a Total mantém uma comunicação constante com as autoridades moçambicanas sobre o assunto", frisou a empresa.

A violência armada em Cabo Delgado começou há três anos e está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil deslocados, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba. Algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico desde 2019.

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