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Ponte Maputo-Katembe faz um ano: "Valeu a pena"

Leonel Matias (Maputo)
8 de novembro de 2019

Passa este domingo (10.11) um ano da inauguração da ponte Maputo-Katembe, um dos maiores empreendimentos em Moçambique. Cidadãos ouvidos pela DW aplaudem investimento "que mudou muita coisa", apesar das portagens altas.

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Construção da ponte suscitou críticas por causa dos valores envolvidosFoto: DW/R. da Silva

É a maior ponte suspensa de África. Liga a capital moçambicana, Maputo, à região da Katembe, do outro lado da baía, numa extensão de três quilómetros.

A infraestrutura faz parte de um projeto que incluiu a construção de estradas asfaltadas até a Ponta de Ouro, uma estância turística localizada junto à fronteira com a África do Sul.

Foi a concretização de um velho sonho para ligar por via rodoviária , a capital egípcia, Cairo, no norte do continente e a cidade sul Africana do Cabo, no extremo sul. As autoridades moçambicanas consideram que esta ponte  é "um símbolo da unidade nacional e da superação de adversidades e das diferenças".

A construção da ponte suscitou críticas por causa dos valores envolvidos e da sua pertinência, numa altura em que Moçambique atravessava uma crise económica sem precedentes.

"Mudou muita coisa"

Um ano depois da sua inauguração, a DW África foi a Katembe e quis saber se o projeto "valeu a pena", tendo em conta os elevados valores envolvidos para o padrão de investimentos do país.

"Valeu a pena termos a ponte. Pela facilidade do próprio acesso à outra margem, mudou muita coisa. Mudou também a questão do acesso a alguns produtos de primeira necessidade, agora até os preços também são acessíveis", responde Ancha Sifa Ussufo, que vive há 10 anos no bairro Kamissava, na Katembe.

Ponte Maputo-Katembe faz um ano: "Valeu a pena"

O desenvolvimento do distrito, acrescenta, também mudou muito. "Há muita construção. Agora já fazemos as obras dos nossos sonhos porque tudo está acessível", elogia a moradora.

No bairro Guachene, Manecas Alberto Pedro, proprietário de uma loja de reparação e venda de acessórios de telemóveis, também afirma que "a ponte facilita tudo. Você consegue sair bem cedo e chegar ao destino na hora certa". Como a ponte também facilita o transporte, "os comerciantes conseguem trazer muitos alimentos com um preço não muito elevado", diz.

Manecas Pedro recorda as longas filas de espera que os residentes da Katembe tinham antes de atravessar a baía de barco e o desconforto que representava para os turistas que chegavam ao local depois de uma longa viajem.

Portagens elevadas

No entanto, o morador lamenta as tarifas praticadas nas portagens, que considera incomportáveis, apesar da sua recente revisão em baixa.

Para a Confederação das Associações Económicas, que representa o setor privado, a expectativa é que o projecto contribua para dinamizar a economia.

O responsável do Pelouro da Cultura e Turismo, Rui Monteiro, disse que vários projetos estão já em curso nomeadamente na Reserva Especial de Maputo, um parque nacional mais conhecido como reserva de elefantes.  

"Claro que valeu a pena. Houve um incremento no desenvolvimento de áreas de turismo que sem a ponte não poderia ter acontecido. E também a estrada até às praias da Ponta de Ouro obviamente trouxe um movimento muito grande para o destino turístico", conclui.

O primeiro aniversário da ponte Maputo-Katembe coincide com a celebração dos 132 anos da cidade de Maputo. Entre outros eventos está planeada uma corrida pedestre, que pela primeira vez vai atravessar a ponte.