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Praga em coqueiros encerra fábricas em Moçambique

Luciano da Conceição24 de maio de 2016

Na província de Inhambane, no sul de Moçambique, as palmeiras estão a ser fustigadas por uma praga. Algumas fábricas que aproveitavam os derivados do coco já fecharam por falta da matéria-prima.

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Palmen Kokosnuss Mosambik
Foto: DW/L. da Conceição

Inhambane é a segunda província que mais produz coco em Moçambique, depois da Zambézia, no centro. No entanto, o cenário que se vive atualmente é de crise. Devido ao amarelecimento das palmeiras e às pragas, centenas de coqueiros não podem ser aproveitadas para mais nada, senão madeira.

Há alguns anos, o Governo Provincial de Inhambane distribuiu mudas de coqueiros aos camponeses para o repovoamento do palmar. Ainda assim, e por causa da queda irregular das chuvas, o projeto não resultou.

Como quase todos os coqueiros existentes nesta região foram afetados pelo amarelecimento letal, a produção de coco diminuiu e muitos agricultores vêm-se forçados a abater palmeiras para aproveitar os troncos para madeira.

Palmen Kokosnuss Mosambik
Folhas amarelas saõ cortadas dos coqueirosFoto: DW/L. da Conceição

"Não é a parte de baixo ou do tronco, mas sim a parte de cima [folhas] que estão afetadas pela praga de amarelecimento", lamenta o camponês Henrique Sengo, que reforça que não é fácil viver à base do coco.

"Aqui em Inhambane, em especial no distrito de Morrumbene, onde muitas pessoas vivem da venda de coco, não há outra alternativa para adquirir renda pois não temos muitas empresas para trabalhar", lamenta Sengo.

Encerramento de unidades fabris

A situação já levou ao encerramento de seis unidades industriais que tinham a copra, a polpa seca do coco, como principal matéria-prima. António Texeira, agricultor em Inhambane explica que com as folhas amarelas "algumas pessoas que têm serrações, estão a abater coqueiros e não plantam novas mudas". Desta forma, "as fábricas que usam copra não têm matéria-prima para produção de óleo e fabrico de sabão", explica Teixeira. Atualmente, existem "cerca de sete serrações na vila de Morrumbene que cortam madeira".

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Para além da falta de matéria-prima, o amarelecimento das folhas de palmeiras, piora também a qualidade do coco, que é usado na produção de óleo de cozinha, sabão e outros derivados. Assim, na hora da venda do coco às fábricas, acabam por surgir alguns problemas.

Castro Vilankulo, fornecedor de copra às fábricas de Inhambane, admite que "a qualidade não é boa nestes últimos tempos, mas estamos a selecionar a copra para ter bom produto". Quando não é de boa qualidade, a copra é enviada de volta para o produtor, que regularmente alega o amarelecimento dos coqueiros como motivo para o problema, explica o fornecedor.

Palmen Kokosnuss Mosambik
A praga dos coqueiros é transmissívelFoto: DW/L. da Conceição