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Presidente da UNITA diz que Angola não é uma democracia

kg | Lusa
14 de março de 2020

Num comício de comemoração dos 54 anos do maior partido da oposição angolana, o líder da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, sublinhou que quer ser alternativa aos "marimbondos" do MPLA.

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Adalberto da Costa Júnior faz comício em Luanda
Adalberto da Costa Júnior comemorou os 54 anos da fundação da UNITAFoto: DW/M. Luamba

O presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o maior partido da oposição em Angola, afirmou este sábado (14.03) que a democracia só se concretiza com a alternância partidária e reafirmou que o partido quer ser alternativa aos "marimbondos" do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder, que acusou de "roubar" fortunas. 

"Vamos ser poder", disse Adalberto da Costa Júnior aos militantes do partido que se concentraram no Sumbe, capital da província do Cuanza Sul para assinalar os 54 anos da fundação do partido. O ato aconteceu um dia depois de o grupo parlamentar da UNITA concluir, na mesma cidade, as suas IX Jornadas Parlamentares. 

Angola UNITA 2019 Kongress
Congresso da UNITA, o maior partido da oposição angolana, em novembro de 2019Foto: DW/N. Borralho

Adalberto da Costa Júnior disse que a democracia, a liberdade e o muiltipartidarismo foram "fruto da luta da UNITA" e realçou que um Estado democrático só se assume com a alternância no poder político.

"Um país que tem um partido que governa há mais de 40 anos sem alternância não é uma democracia", criticou, afirmando que é chegada a altura de fazer balanços.

O líder partidário assinalou que o país "teve acesso a bens extraordinários" desde a paz entre os dois grupos beligerantes, MPLA e UNITA, que foi assinada em 2002, tendo sido roubadas "autênticas fortunas" pelos "marimbondos do 'bureau' político do MPLA". "Querem-nos meter na cabeça que quem roubou já está em Barcelona [onde mora o antigo Presidente José Eduardo dos Santos] e quem ficou não roubou nada", ironizou.

Combate à corrupção

Reclamando para a UNITA a bandeira do combate à corrupção, que o atual Presidente João Lourenço elegeu como prioridade, Adalberto da Costa Júnior considerou que o que se está a fazer não passa de marketing.

"Este repatriamento de capitais que o MPLA aprovou na Assembleia, onde quem roubou traz para o seu próprio bolso e não divide nada com o Estado, isso não é combate à corrupção, isso chama-se lavagem de dinheiro", frisou.

Para o presidente da UNITA, "é tempo de dizer basta". "Angola tem uma dívida pública enorme que é mais pequena do que a fortuna de meia dúzia de senhores que estão sentados no 'bureau' político e são donos disto tudo, são donos do país", criticou o dirigente, dizendo que não houve partilha de benefícios na Angola dos tempos de paz.

O comício aconteceu na marginal do Sumbe, depois de um desfile que mobilizou milhares de militantes da UNITA provenientes das diversas províncias para celebrar o 54.º aniversário do partido fundado por Jonas Savimbi a 13 de março de 1966, em Muangai, na província do Moxico.

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