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Primeiro-ministro cabo-verdiano visita Guiné-Bissau em junho

Nélio dos Santos (Cidade da Praia)11 de maio de 2015

José Maria Neves efetua a partir de 2 de junho uma visita oficial à Guiné-Bissau, que terá uma componente empresarial, governamental e cultural. Espera-se que as relações entre os dois países ganhem um "novo patamar".

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Porträt José Maria Neves
Foto: DW/N. dos Santos

"Esperamos com muita expectativa a ida de José Maria Neves à Guiné-Bissau, desde logo porque confirma a retoma da normalidade na relação entre os nossos países", adiantou à DW África o primeiro-ministro guineense, Domingos Simões Pereira.

A visita começa precisamente no dia em que a companhia de bandeira cabo-verdiana retoma a ligação aérea Praia-Bissau, revelou ainda o chefe do Governo guineense, que esteve este fim-de-semana na Cidade da Praia, a capital de Cabo Verde, a participar no Segundo Diálogo Estratégico sobre "Inovação na gestão do desenvolvimento", promovido pelo Instituto Pedro Pires para a Liderança.

Domingos Simões Pereira já tinha estado em Cabo Verde em janeiro, numa visita oficial que culminou com a assinatura de um memorando de cooperação nos mais diversos domínios.

Otimismo económico

Em entrevista à DW África, o primeiro-ministro guineense disse que a nível económico o seu país está bem melhor e os indicadores do crescimento da economia estão a responder positivamente, apesar de algumas dificuldades que ainda persistem.

Domingos Simões Pereira bei José Maria Neves 26.01.2015 in Praia
Domingos Simões Pereira (esq.) foi recebido por José Maria Neves a 26.01.2015, na Cidade da PraiaFoto: Margarito Melo

"O caminho a percorrer ainda é longo, mas penso que há elementos suficientes para estarmos motivados e crentes num amanhã mais positivo", disse, lembrando que "uma economia não sai projectada no dia seguinte a uma longa recessão".

"Tivemos mais de uma década de um crescimento perto da estagnação, com uma média de 0,3%. No ano passado conseguimos atingir 2,5%, 2,7%. Projetamos 4,7% para este ano, mas é óbvio que nem todos os instrumentos para a projecção económica estão devidamente lançados", reconhece Domingos Simões Pereira.

Por isso, sublinha, "é preciso criar um ambiente de negócios bastante mais favorável". Domingos Simões Pereira defende ainda que é preciso avançar com a reforma do Código de Investimentos e da Lei Laboral e que os tribunais funcionem devidamente.

Combate ao narcotráfico

Durante muito tempo, a Guiné-Bissau foi considerada um "narco-estado". Para o primeiro-ministro, essa designação nunca correspondeu ao verdadeiro estatuto da Guiné-Bissau. E garante que os efeitos das medidas que têm sido tomadas são evidentes.

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"É o próprio Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e outras instâncias com quem temos trabalhado que nos dizem da sua disponibilidade em continuar a trabalhar e em reforçar a capacidade do Governo para fazer frente essa situação", sublinha o chefe do Governo guineense.

Segundo Simões Pereira, essa é a confirmação de que "não há dúvidas nenhumas de que nem o Governo nem nenhuma instância do Governo estão próximos desses actos e que o Governo não tem tido nenhuma reticência em alinhar-se com os esforços internacionais de combate ao crime organizado".

Reforma das Forças Armadas

O governante acredita que o processo de reforma nas Forças Armadas guineenses ainda este semestre. "Todo o pacote legal foi aprovado, submetido à Assembleia e subsequentemente ao Presidente da República, que acaba de promulgar a lei sobre o fundo de pensões".

Geberkonferenz von Guinea-Bissau in Brüssel
Conferência de doadores em Bruxelas (25.03.2015)Foto: DW/Madalena Sampaio

A estimativa inicial é de 86 milhões de dólares para o fundo de pensões, "mas há outras componentes", lembra Domingos Simões Pereira.

O chefe do Governo também falou dos resultados da mesa redonda de Bruxelas, que teve lugar a 25.03, e dos trabalhos que têm sido feitos e que começaram com a validação do plano estratégico no Parlamento.

"Neste momento estamos a estruturar o comité de pilotagem para a implementação dos programas e estamos a desafiar o setor privado dos vários países a manifestarem o seu interesse na estruturação de planos de investimento para a implementação desse programa", adianta Domingos Simões Pereira.

Segundo o primeiro-ministro, dentro de dois ou três meses, o Executivo de Bissau espera realizar um fórum económico para dar a conhecer essas oportunidades "de forma mais estruturada", mas também para "negociar os próprios planos de investimento".

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