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Produtores de caju em Moçambique querem estimular produção

Romeu da Silva (Maputo)8 de outubro de 2015

Na década de 70, a produção nacional atingia as 170 mil toneladas por ano, tendo baixado atualmente para cerca de 80 mil. Para recuperar a produção, os produtores dizem que precisam de mais assistência do Governo.

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Foto: Ismael Miquidade

Os produtores de castanha de caju em Moçambique desdobram-se em esforços para recuperar a produção que enfrenta problemas agro-climáticos e de envelhecimento dos cajueiros.

O Instituto de Fomento do Caju (INCAJU) refere que na campanha agrícola 2011-2012 foram produzidas 80 mil toneladas contra 112 mil na época 2010-2011. Mesmo assim até aos dias de hoje, Paulo Marques, da empresa Sociedade de Comércio Messalo, observa "uma melhoria significativa, muito embora ainda não se chegou aos anos áureos das 170 mil toneladas”.

O sector tenta apostar na sensibilização dos camponeses no sentido de plantar e cuidar das árvores e ainda evitar que os camponeses permaneçam com o produto nas suas casas.

Para elevar a produção e melhorar o processamento, os produtores querem que seja elaborada uma cadeia de valor: “Penso que se está no bom caminho, que é de continuar o esforço e de que todos, processadores, INCAJU, agricultores, trabalhem no mesmo sentido de renovar as plantações e, portanto, aumentar a produção.”
A grande preocupação é convencer as famílias a não ficarem com o produto nos seus celeiros. Os camponeses preferem aumentar a quantidade da castanha processada à medida das suas necessidades económicas.

“Eu acho que as pessoas estão a começar a manter muito mais [a castanha de caju] em casa para processar, para começar a ter uma renda maior, do que aquela que estão a libertar para a comercialização do produto em bruto”, refere Paulo Marques.

A comercalização da castanha de caju em bruto mantém o país refém neste setor. Por isso, Yunuss Gafur, da Associação dos Industriais de Caju de Moçambique, apela para que “haja uma atenção para priveligiar a produção nacional, o processamento nacional, de forma a que o setor cresça, ou seja, a oferta de emprego e do produto final no mercado externo cresçam.”

Melhor articulação do setor
Moçambique, que já esteve no topo mundial da produção do caju nos anos 70, ocupa atualmente o oitavo lugar. Para impulsionar o atual ritmo de produção, além de um maior incentivo ao processamento, Yunuss Gafur, da Associação dos Industriais de Caju de Moçambique, sugere uma maior ligação entre todos os intervenientes do setor: “As empresas processadoras de castanha de caju negoceiam com o setor produtivo de castanha, possibilitar insumos, combustíveis, lubrificantes e assistência técnica desde produção, colheita e entrega ao processador. Esta é a cadeia que está a crescer, precisamos de fazer com que cresça mais e a nossa perspetiva é de que, no futuro, o processamento atinja as 100 mil toneladas de produção nacional.”

Os produtores queixam-se da falta de incentivos financeiros que a banca, dizem, deveria disponibilizar. Disponibilidade que depende da relação entre as empresas e os parceiros financeiros.

Até 2020 o Governo quer alcançar a meta das 180 mil toneladas. Para isso deverá produzir três milhões de mudas de cajueiros, até finais deste ano e prestar assistência técnica.

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Thema Kinder in Mosambik
Os produtores querem mais incentivo à produção e processamento nacionaisFoto: DW/Johannes Beck
Mosambik Inhambane Markt
O caju é tradicionalmente vendido no mercado informal em MoçambiqueFoto: DW/J. Beck