1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Produtores de chá na Zambézia pedem apoio ao Governo

Marcelino Mueia (Zambézia)24 de novembro de 2015

Produção de chá pode ter dias contados, dizem. Queixam-se de rendimentos insuficientes e da má condição das estradas e pedem ajuda ao Governo para que se mantenha a tradição da produção de chá nesta região de Moçambique.

https://p.dw.com/p/1HBtO
Foto: DW/M. Mueia

Gurué é uma região de chá. É aqui que se encontram as maiores plantações de chá de Moçambique. No entanto, os produtores dizem que o negócio está comprometido: falta energia eléctrica nas fábricas de processamento de chá e há péssimas vias de acesso para escoar o produto.

“Estamos um pouco apreensivos”, diy Amed Aly, da empresa Chazeira de Moçambique. “Como nós exportamos, a desvalorização do metical está a ajudar-nos a manter estas empresas, embora com deficiência”, explica Aly, acrescentando que “não faz sentido o chá ter que pagar IVA, porque isso traz uma série de desvantagens”.

“Os nossos rendimentos são bastante baixos. O nosso método de trabalho está ultrapassado, trabalhamos áreas que já sofreram, o que significa que a densidade inicial diminuiu bastante”, conclui.

Em resumo, o chá está a perder qualidade e os rendimentos das empresas são baixos. O chá produzido em Gurué está a ser menos consumido no país. Muitos moçambicanos preferem comprar o chá importado da África do Sul, que fica mais barato em relação ao chá nacional, principalmente o de Gurué.

Os produtores culpam o Governo moçambicano. Segundo eles, os governantes parecem ter pouco interesse em tornar esta cultura rentável.

Mosambik, Tee aus Zambezia
Ministro da Agricultura de Moçambique, José PachecoFoto: DW/M. Mueia

Produtores pedem ajuda concreta

“Gostaríamos de ver qual é a possibilidade de o Governo apoiar os produtores nestas áreas de re-plantio, de aumento das áreas de produção e a substituição das próprias áreas que estamos a explorar, neste momento. Foram concedidas há 40 ou 50 anos”, explica Amed Aly. “Mesmo a própria tecnologia já está ultrapassada e isso traz desvantagens quando vamos para um mercado internacional”, considera o empresário.

Recentemente, o ministro da Agricultura de Moçambique, José Pacheco, visitou as chazeiras e disse que o Executivo tudo fará para que o chá de Gurué volte a ser reconhecido como nos tempos antigos.

“Quero que os nossos produtores possam ter acesso aos meios e factores de produção em quantidade e qualidade suficientes para que tenham altos níveis de produtividade e para que o nosso país ocupe o seu espaço de direito como um dos países produtores de comida e não só”, diz José Pacheco, sublinhando que “este Governo está comprometido com a produção agrária”.

Ravi Singi, outro empresário e produtor do Chá Magoma, em Gurué, pede ao Governo medidas concretas para impulsionar a produção na região. Singi diz que os produtores investem muito dinheiro para pôr as firmas em funcionamento, mas, em contrapartida, não há lucros. “Há mais vantagens em exportar o chá do que em vender localmente”, conclui.

Vários produtores estão a substituir o chá pela macadâmia, uma espécie de amêndoa usada para a produção de chocolates.

[No title]