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Professores de Quelimane protestam contra corrupção

18 de dezembro de 2018

Dezenas de professores recém-formados saíram à rua em Quelimane, centro de Moçambique, para exigir transparência no processo de contratação de docentes primários. Direção Provincial nega acusações de corrupção.

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Professores revoltados: "Queremos saber o que podemos fazer com os nossos certificados"Foto: DW/M. Mueia

A manifestação desta terça-feira (18.12) em frente à Direção Provincial de Educação da Zambézia durou poucas horas. Mas foi tempo suficiente para mais de 300 manifestantes denunciarem falta de transparência no processo de contratação de professores do ensino primário.

Dezenas de professores formados no ano passado perguntam por que é que ainda não foram colocados, quando os professores deste ano já foram. "Os recém-graduados já estão a gozar desse direito de afetação, e nós, do ano passado, simplesmente estamos em casa, sem nenhum informe que devemos seguir", disse um dos manifestantes.

Professores de Quelimane protestam contra corrupção

"Queremos saber o que podemos fazer com os nossos certificados, se podemos devolver aos institutos onde fizemos a formação ou se podemos deixar aqui na Direção Provincial e virarmos camponeses ou negociantes como qualquer um", desafia ainda o professor.

Denúncias de corrupção

Os manifestantes alegam que funcionários da Direção Provincial de Educação da Zambézia aceitaram dinheiro para colocar professores vindos de outras zonas de Moçambique. "Vieram pessoas de Sofala e Beira com bolsos cheios", disse um dos professores presentes no protesto.

Mahomed Ibraim, diretor-adjunto da Direção Provincial de Educação da Zambézia, nega a acusação. "Ninguém cobrou, não temos evidências de cobrança. Isto só podem ser suposições ou então receiam que assim aconteça. Se nos apresentarem provas materiais, então que nos apresentem para tomarmos medidas", prometeu.

A Direção Provincial de Educação da Zambézia confirma que os professores graduados este ano foram colocados diretamente e que os graduados no ano passado não foram. Mahomed Ibraim garante, no entanto, que há ainda 582 vagas por preencher e os professores graduados no ano passado podem concorrer.

"Vai ser aberto um concurso ao nível dos distritos e eles têm de concorrer. Apenas isso. Facilitámos o processo daqueles que se estão a graduar este ano para evitar situações como as do ano passado", justifica. Em 2017 já tinha havido protestos de professores recém-graduados, que se queixavam de não ter colocação. Ao todo, a província da Zambézia precisa no próximo ano de 2.500 professores.

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