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EconomiaQuénia

Quénia supera crise de combustíveis sem precedentes

Andrew Wasike
20 de abril de 2022

O Quénia conseguiu controlar uma crise de combustíveis que durou quase um mês, com longas filas nos postos de abastecimento. Após esperas de horas, muitos motoristas viram-se obrigados a voltar para casa sem abastecer.

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Foto: BAZ RATNER/REUTERS

A escassez de combustível afetou muitos setores da economia queniana, com destaque para o comércio, agricultura e transportes.

Nicholas Maina, que se dedica à agricultura em larga escala, diz que muitos processos exigem combustível, ao qual não tiveram acesso nas últimas semanas.

"A agricultura tem sido extremamente desafiante para nós. As chuvas estão previstas para a próxima semana, e esses dias foram perdidos, não podemos compensá-los, o que significa que não conseguiremos plantar em tempo útil. Isso traduz-se numa produção deficiente e que afeta a segurança alimentar da nação, pelo que tem sido um grande desafio", conta.

"Uma grande confusão"

Outros quenianos que dependem de táxis e autocarros também foram afetados pela escassez de combustível. "É realmente uma grande confusão porque, para nós que usamos veículos por razões pessoais, poderíamos dizer que temos outras opções. Mas a crise de combustível vai muito além disso", diz um cidadão afetado pela crise dos combustíveis.

Escassez de combustível afetou muitos setores da economia no Quénia
Escassez de combustível afetou muitos setores da economia no QuéniaFoto: Adrian Kriesch/DW

"Não temos tido muitos clientes aqui devido à falta de combustível. Os nossos clientes são os passageiros que utilizam os autocarros e se não há autocarros, também não conseguimos vender", conta Susan, que vende frutas numa estação de autocarros.

A crise de combustível atenuou-se à medida que os stocks melhoram nas estações de serviço em todo o país. Mas a autoridade reguladora estatal de energia e petróleo (EPRA) penalizou os comerciantes que têm vindo a exportar combustível para outros países deixando uma lacuna no mercado queniano.

As causas da crise

Jean-Christian Bergeron, director executivo da Rubis, uma empresa do Quénia especializada no armazenamento, distribuição e venda de petróleo, gás liquefeito e produtos químicos, foi deportado na semana passada pelo governo por sabotagem económica e apropriação de combustível. 

Ahmed Hashi, analista especializado em questões económicas e de governação, explica o que causou a crise de combustível e os seus efeitos: "Não é só uma sabotagem económica. Há sabotadores , dentro dessa sabotagem económica. É simplesmente escandaloso o que aconteceu, muitas famílias sofreram, é absolutamente inaceitável, que isto tenha acontecido neste país.

"Estas empresas estão apenas a tentar obter lucros a qualquer custo e sem ter em conta a segurança pública. O que aconteceu foi que a segurança pública foi posta em risco", sublinha o especialista.

Hashi diz que a culpa é das empresas petrolíferas. Segundo o analista, o governo deve voltar a pôr a indústria petrolífera em ordem, punindo todos os envolvidos e propondo políticas para proteger os quenianos.

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