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Quem são os candidatos às presidenciais na Guiné-Bissau?

Iancuba Dansó (Bissau)
2 de novembro de 2019

Doze figuras procuram convencer o eleitorado guineense para assumir o mais alto cargo do país. A DW África lança um olhar descritivo sobre esses homens que ambicionam a Presidência da República da Guiné-Bissau.

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Principais candidatos à Presidência da Guiné-Bissau

São doze as figuras que querem chegar à Presidência da Guiné-Bissau, um candidato a menos do que em 2014. O país procura a eleição da quinta figura eleita democraticamente desde 1994, ano das primeiras eleições multipartidárias do país. Os percursos e perfis políticos dos candidatos são diferentes, assim como as suas ideologias.

Um dos estreantes nestas eleições é Gabriel Fernando Indi, candidato apoiado pelo Partido Unido Social Democrata (PUSD). Tem o curso de Direito por concluir em Portugal e está sempre ligado ao futebol nacional, tendo dirigido por alguns anos o Futebol Clube de Safim, sediado a 16 quilómetros de Bissau.

Umaro Sissoco Embalo
Umaro Sissoco Embaló lança campanha eleitoral em EspanhaFoto: Privat

Por sua vez, Umaro Sissoco Embaló, apoiado pelo Movimento para Alternância Democrática (MADEM G-15) é general na reserva e já foi primeiro-ministro, entre dezembro de 2016 e janeiro de 2018, ano em que Carlos Gomes Júnior, candidato independente, regressou à Guiné-Bissau depois de seis anos de asilo em Portugal.

Empresário conhecido com o nome de "Cadogo", Gomes Júnior foi presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) durante doze anos e foi primeiro-ministro em duas ocasiões (entre 2004 a 2005 e de 2009 a 2012). Quem também foi primeiro-ministro e é candidato às eleições é Baciro Djá, líder e candidato da Frente Patriótica para a Salvação Nacional (FREPASNA). É psicólogo formado em Cuba e foi também Ministro da Defesa Nacional.

Reeleição

As eleições presidenciais de 24 de novembro vão contar ainda com a candidatura independente de José Mário Vaz, economista formado em Portugal, que concorre para a sua própria sucessão no cargo. Antes de assumir a Presidência da República, foi ministro das Finanças.

A figura mais antiga nesta corrida eleitoral é Iaia Djaló, líder e candidato do Partido da Nova Democracia (PND). Formado em Administração Pública, na Nigéria, concorre desde 2005 e, entre as funções de relevo que ocupou no país, foi ministro dos Negócios Estrangeiros e segundo vice-líder do Parlamento.

O vice-presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, Nuno Gomes Nabiam, engenheiro de aviação civil formado na antiga União Soviética, é presidente da Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) e também concorre às presidenciais. Nabiam tinha sido candidato independente em 2014, quando foi lançado pelo antigo Presidente falecido Kumba Ialá.

Empresários querem a Presidência

Guinea-Bissau Domingos Simões Pereira, Vorsitzender PAIGC
Domingos Simões Pereira é líder do PAIGC Foto: DW/F. Tchumá

O embate eleitoral vai contar com alguns empresários à busca da Presidência da República. Um deles é Idriça Djaló, do Partido da Unidade Nacional (PUN). É economista formado em França e atualmente faz investimento no setor turístico da Guiné-Bissau. Chegou a atuar nos setores da pesca e de combustível.

Outro empresário a concorrer nessas eleições é Vicente Fernandes, líder do Partido para a Convergência Democrática (PCD). Esta é segunda vez que tenta chegar à Presidência, depois de o ter feito em 2012. É advogado formado em Portugal e, atualmente, detentor de uma empresa de filtração, tratamento e venda da água.

Entretanto, o estreante absoluto na arena política e na concorrência às eleições é o empresário Mutaro Intai Djabi, engenheiro civil formado em França.

Domingos Simões Pereira é também um dos que ambicionam a Presidência da Guiné-Bissau. Engenheiro civil formado na antiga União Soviética e com doutorado em Ciências Políticas, em Portugal, é ainda líder do PAIGC e foi primeiro-ministro entre julho de 2014 e agosto de 2015.

Este não é o caso de , presidente do Partido Republicano da Independência para o Desenvolvimento (PRID). É tenente coronel na reserva e foi vice-chefe de Estado Maior General das Forças Armadas Guineenses. É a terceira vez que concorre às  presidenciais.

Ausência de participação feminina

José Mário Vaz
O Presidente da República guineense, José Mário Vaz, busca a reeleiçãoFoto: DW/B. Darame

As presidenciais deste ano, tal como em 2014, não registam a participação de nenhuma mulher. A única que se disponibilizou, Nancy Schwartz, viu a candidatura rejeitada pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ).

A campanha eleitoral inicia este sábado (02.11) e, a propósito, a DW África ouviu os guineenses. "Não esperamos que os candidatos insultem uns aos outros sem uma visão clara. O passado não nos importa, o que importa é o presente e o futuro", disse um jovem estudante universitário.

Outra cidadã guineense desvaloriza o momento tenso na política guineense e exprimiu o seu desejo para a campanha eleitoral. "Sei que tudo vai correr bem. Acho que vamos fazer uma campanha com civismo e que ninguém vai criar turbulências", disse.

A opinião é partilhada pelo jovem recém-formado, que chama responsabilidade aos eleitores. "Acho que tudo vai correr normal. Agora cabe a nós cidadãos assumirmos as nossas responsabilidades", afirmou.