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RDC: Apenas metade dos casos de ébola estão identificados

AP | AFP | Lusa
3 de agosto de 2019

Alerta é do coordenador da resposta ao ébola na República Democrática do Congo (RDC) que afirma que a "continuar assim, a doença pode durar dois ou três anos". Especialistas temem contágio para o Ruanda.

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BG Ebola-Ausbruch im Kongo
Foto: Getty Images/AFP/P. Tulizo

Estima-se que apenas metade dos casos de ébola na República Democrática do Congo estejam identificados, afirmou à imprensa o novo coordenador da resposta ao ébola no país. "Se continuarmos nesta base, a epidemia pode durar dois ou três anos", disse Jean-Jacques Muyembe, acrescentando que o objetivo atual é, por isso, elevar a taxa de detecção da doença para os 80%, através do reforço da vigilância.

O responsável congolês falava à imprensa, esta sexta-feira (02.08), em Goma, depois da confirmação da morte do mineiro, infetado com o vírus, e que terá contaminado várias pessoas. O surto de ébola na República Democrática do Congo (RDC) foi declarado há um ano, a 1 de agosto de 2018.

Dr. Jean-Jacques Muyembe
Jean-Jacques MuyembeFoto: Getty Images/AFP/M. Alexandre

A cidade de Goma localiza-se na fronteira leste do Congo com o Ruanda e foi o sítio onde o surto foi detectado pela primeira vez.

Especialistas em saúde temem que um número acelerado de casos em Goma possa levar a um surto da doença no vizinho Ruanda. Por essa razão, e após a detecção de um novo caso nesta cidade, o governo ruandês fechou na quinta-feira (01.08), durante 14 horas, a sua fronteira com a RDC. Uma decisão que foi, no entanto, contestada pelo Governo congolês, cujo bem-estar económico depende em grande parte do comércio e do turismo com as nações vizinhas.

Depois de aberta de novo a fronteira, o Ministério da Saúde ruandês referiu que o Ruanda continua livre do ébola, mas é "altamente recomendável que o público evite viagens desnecessárias à área afetada".

De acordo com as autoridades congolesas, na cidade de Goma e arredores, existem atualmente 12 casos suspeitos de ébola que estão à espera de confirmação.

Saúde em África: Como se pode proteger do ébola

ONU preocupada

Entretanto, o Conselho de Segurança das Nações Unidas voltou a manifestar a sua "profunda preocupação" com o surto no país e sublinhou "a necessidade de uma resposta urgente" de combate à doença.  Segundo a ONU, a propagação da doença aos países vizinhos da RDC "pode ter graves consequências humanitárias e afetar a estabilidade regional".

O orgão máximo da ONU elogiou os esforços que estão a ser realizados tanto pela RDC como pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e outros organismos da ONU na luta contra o surto, mas mostrou também inquietação com a situação de segurança neste país. "O Conselho de Segurança reiterou a sua grave preocupação pela situação de segurança nas zonas afetadas pelo surto de ébola, em particular, os ataques ao pessoal ligado à ajuda humanitária e a médicos".

Nova vacina do Uganda

Investigadores do Uganda lançaram o maior teste já realizado de uma vacina contra o Ébola e que se espera que seja implantado na RDC.

O teste da vacina da Janssen Pharmaceuticals envolve até 800 pessoas e é apoiado pela organização Médicos Sem Fronteiras e pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.

Pontiano Kaleebu, que lidera a equipa que vai realizar o teste, garante que a vacina Janssen já foi testada em cerca de 6.000 pessoas, a maioria delas africanos. "Estamos entusiasmados com este [ensaio]... porque esta é uma das vacinas promissoras", disse.

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