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RDC: Opositor Fayulu vai contestar resultados no tribunal

AFP | Reuters | ar
11 de janeiro de 2019

Candidato classificado em segundo lugar nas eleições presidenciais da República Democrática do Congo, Martin Fayulu, vai contestar em tribunal os resultados, que deram vitória a Félix Tshisekedi.

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DR Kongo Wahlen Kandidat Martin Fayulu
Martin Fayulu (centro)Foto: Reuters/B. Ratner

O candidato classificado em segundo lugar nas eleições presidenciais da República Democrática do Congo (RDCongo), Martin Fayulu (oposição), anunciou esta sexta-feira (11.01.) que vai contestar em tribunal os resultados, que deram a vitória a Félix Tshisekedi.

O candidato da coligação Lamuka vai apresentar o recurso junto do Tribunal Constitucional no sábado (12.01), anunciou Fayulu, num encontro com centenas de militantes deste movimento em Kinshasa.

O opositor afirma ainda que obteve 61% dos votos, contra 18% de Tshisekedi, citando os dados dos observadores da Igreja Católica.

Na capital, centenas de apoiantes de Fayulu juntaram-se para denunciar o que dizem ser "uma vitória roubada ao povo", sob forte presença policial, enquanto esperavam pela intervenção do candidato derrotado.

Acordo negociado em segredo?

O empresário, que tem sido uma das vozes mais críticas da corrupção, acusa o Presidente, Joseph Kabila, de ter negociado em segredo (antes da votação) um acordo com o vencedor declarado, Félix Tshisekedi, outro candidato da oposição.A influente Igreja Católica, uma entidade que merece a confiança de muitos congoleses, disse que os 40.000 observadores que deslocou para acompanharem o ato eleitoral encontraram um vencedor diferente e vários diplomatas apontam também para a vitória de Martin Fayulu.

Kongo, Kinshasa: Nach den Wahlen im Kongo - Félix Tshisekedi
Félix TshisekediFoto: picture-alliance/dpa/J. Delay

Os congoleses confrontam-se assim com a caricata situação de uma alegada eleição fraudulenta, manipulada a favor da oposição, depois de o candidato do partido de Kabila, Emmanuel Ramazani Shadary, ter tido um mau desempenho nas sondagens.

Cinco civis morreram

Cinco civis morreram durante as manifestações de contestação dos resultados provisórios das eleições presidenciais na República Democrática do Congo (RDCongo), segundo um novo balanço divulgado esta sexta-feira pelas autoridades, que desmentiram a morte de dois polícias. Entre os cinco civis mortos, está a mulher de um inspetor da polícia.

Os resultados provisórios das eleições presidenciais na RDCongo, divulgados dez dias depois da votação (09.01), deram a vitória ao candidato da oposição Félix Tshisekedi, que conquistou 38,57% dos votos.O outro candidato da oposição, Martin Fayulu, ficou em segundo lugar com 34,8% e contestou de imediato os resultados, denunciando o que considera ser um "golpe eleitoral". 

Bildkombi: Präsidentschaftskandidaten für die bevorstehenden Wahlen in der Demokratischen Republik Kongo
E.Shadary, F. Tshisekedi e M.Fayulu (esq. para direita)Foto: Reuters/K. Katombe / B. Ratner / S. Mambo

O candidato apoiado pelo partido do Governo, Emmanuel Ramzani Shadary, considerado o delfim do Presidente Kabila - que estava impedido de se candidatar -- ficou em terceiro lugar.

O ainda Presidente Joseph Kabila governa desde 2001 um país rico em recursos naturais, mas marcado por crises políticas e por um conflito armado que causou milhões de deslocados.

Também é aguardada esta sexta-feira a divulgação dos resultados provisórios das eleições legislativas, que decorreram no mesmo dia e contaram com a participação de 15.355 candidatos aos 500 lugares na Assembleia Nacional.

Comissão eleitoral pede apoio à ONU

O presidente da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), Corneille Nangaa, pediu esta sexta-feira ao Conselho de Segurança (CS) da ONU para apoiar as novas autoridades eleitas na RDC, tendo por outro lado, alertado sobre uma eventual anulação do escrutínio.

"Temo hoje um Presidente eleito" e as novas autoridades "devem ser apoiadas pela comunidade internacional", disse Nangaa numa teleconferência com o CS.

Nangaa disse ainda que a contestação dos resultados eleitorais pela igreja católica no país não foi uma surpresa porque isso já aconteceu no passado.

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