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Língua portuguesa em Timor-Leste requer mais financiamento

João Carlos (Lisboa) / Lusa4 de dezembro de 2015

O Congresso "Língua Portuguesa: uma língua de futuro" decorreu durante as comemorações dos 725 anos da Universidade de Coimbra. Em Timor-Leste é necessário mais investimento para reeintegrar o português no país.

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Jovens nas ruas de Díli, capital de Timor-LesteFoto: DW/J. Carlos

Termina esta sexta-feira (03.12) em Coimbra, Portugal, o Congresso Internacional "Língua Portuguesa: uma língua de futuro". A par disso, o interesse do Estado Timorense na língua portuguesa tem vindo a ser reforçado através do apoio de vários líderes do país. No entanto, tornou-se claro de que a reintegração e uso da língua no sistema de ensino requer, ainda assim, mais investimento.

Apesar de ter vindo a recuperar terreno progressivamente entre os jovens e de ser língua oficial desde 2002 em paralelo com o tétum, de acordo com os Censos de 2010, apenas 25% da população timorense fala português. É língua de comunicação, sobretudo na administração pública. A Escola Portuguesa e as Escolas de Referência, entre outras instituições, tentam dar resposta ao interesse que o português tem suscitado.

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Benjamim Corte-Real, linguista e professor universitárioFoto: DW/J. Carlos

No entanto, o representante em Díli do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP), Benjamim Corte-Real, aponta que a vontade política deve traduzir-se em mais financiamento. Já o Presidente da República de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, em declarações à Lusa, questiona: "Quando é que todo o timorense vai falar português? Vai levar anos. Especialmente quando há outras áreas prioritárias como as infraestruturas do país. Na medida em que reduzimos isso, os recursos podem ir para outras áreas. Uma delas é a língua".

Português como parte da identidade timorense

O linguista e professor universitário Benjamim Corte-Real realça que hoje o português é um pilar da identidade nacional. E, por isso, faz todo o sentido mais investimentos por parte do Governo timorense.

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António da Conceição, ministro da Educação de Timor-LesteFoto: DW/J. Carlos

A determinação em ensinar o idioma é contínua, como sublinha o ministro da Educação de Timor-Leste, António da Conceição: "Para mais intensificar o uso desta lingua iremos, através do Ministério da Educação, desenvolver mais programas de divulgação da língua e através da televisão para que haja igualdade do uso do português entre as cidades e também nas áreas remotas."

O Presidente timorense considera que a língua portuguesa é “um dos factores de identidade” timorense e afirma ainda que “Vai levar tempo naturalmente. Mas não é difícil. Difícil foi a independência. Mesmo assim conseguimos. Porque não o português?”.

No passado dia 28 de novembro, Timor-Leste celebrou os 500 anos da chegada dos portugueses ao território e os 40 anos da proclamação da independência de Portugal. O país foi ainda anexado pela vizinha Indonésia entre 1975 e 1999, período em que era proibído falar português.

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