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RENAMO questiona apoio da União Europeia ao Ruanda

Lusa
12 de dezembro de 2022

Líder da RENAMO, Ossufo Momade, questiona "legitimidade" do Ruanda em receber "apoio em nome dos moçambicanos". Moçambique "está vendido", afirmou.

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Ossufo Momade, líder do partido moçambicano RENAMO
Foto: Luciano da Conceição/DW

A Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) questionou esta segunda-feira (12.12) oapoio da União Europeia(UE) ao Ruanda e considerou que a paz e soberania de Moçambique estão "totalmente ameaçadas" devido à violência armada no norte do país. 

"Mais do que nunca, a nossa paz e soberania estão totalmente ameaçadas pelos horrores do terrorismo na zona norte", disse Ossufo Momade, presidente do partido, durante a quarta sessão ordinária do Conselho Nacional da RENAMO, em Maputo.

Para Ossufo Momade, os ataques armados em Cabo Delgado tornam Moçambique num país "permanentemente inseguro" e "longe de alcançar a sua independência económica", referindo que a violência ocorre "justamente onde existe o maior projeto de exploração de recursos naturais".

A RENAMO questionou o "apoio milionário" dado pela União Europeia (UE) ao Ruanda para apoiar as tropas moçambicanas em Cabo Delgado, considerando tratar-se de uma das evidências de que a soberania moçambicana está "severamente ameaçada".

O Conselho Europeu disponibilizou uma verba de 20 milhões de euros para a força ruandesa deslocada em Moçambique.

Ossufo Momade questionou "legitimidade" do Ruanda em receber "apoio em nome dos moçambicanos", referindo que a situação é o "cúmulo da captura e alienação do Estado" moçambicano.

"Literalmente, para a tristeza de todos nós, o país está vendido", frisou o presidente do maior partido da oposição moçambicana.

Líder da RENAMO, Ossufo Momade (dir.), e Presidente moçambicano, Filipe Jacinto Nyusi
Líder da RENAMO, Ossufo Momade (dir.), e Presidente moçambicano, Filipe Jacinto NyusiFoto: Roberto Paquete/DW

Acordo de paz

O presidente do maior partido da oposição denunciou ainda um "incumprimento sistemático do acordo de paz pelo Governo" moçambicano.

Os guerrilheiros já desmobilizados na sequência do acordo de 2019 "continuam a aguardar pela fixação das pensões", uma questão que tem sido frequentemente levantada pelo partido, disse Ossufo Momade.

"Mais uma vez exigimos do Governo, na pessoa do Presidente da República, o cumprimento do Acordo de Maputo, que assinou com o seu próprio punho", disse Momade. "Como sinal inequívoco do nosso compromisso, já desmobilizámos 4.001 dos 5.254 combatentes, o que corresponde a cerca de 80%" do previsto, acrescentou.

Segundo Momade, do total de desmobilizados, 46 foram enquadrados na Polícia da República de Moçambique (PRM) e foi submetida ao Governo outra lista de 100 oficiais a integrar as Forças de Defesa e Segurança do país.

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