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Ligação rodoviária no centro de Moçambique foi restabelecida

Bernardo Jequete (Chimoio)18 de abril de 2016

Homens armados abriram uma cratera numa estrada do distrito de Barué, no centro de Moçambique, após intensos confrontos militares. A circulação foi interrompida durante várias horas entre as províncias de Manica e Tete.

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Estrada entre Manica e Tete cortada por homens armadosFoto: DW/B. Jaquete

Homens armados, presumivelmente da RENAMO abriram uma enorme cratera na estrada nacional número 7, no troço entre o rio Púngwe e a vila de Catandica, no centro de Mocambique, causando a interrupção temporária, da comunicação rodoviária entre as provincias de Manica e Tete.

O buraco, de quase um metro de profundidade e que atravessa toda a largura do pavimento de uma das principais estradas do centro de Moçambique, foi aberto na noite de sábado (16.04.), após intensos confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e homens armados, presumivelmente da RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana), impedindo por completo o trânsito de viaturas nos dois sentidos.Entretanto, a via foi restabelecida, cerca de seis horas depois por uma equipa da Direção provincial das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, como o apoio da população local.

A Polícia destacou para o local um contingente a fim de garantir a proteção de pessoas e bens e repor a ordem na região. Houve danos em três viaturas que caíram na cratera e três feridos ligeiros.

"Ato crimonoso e de sabotagem"

O comandante provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, Armando Mudem, considerou o ato como sendo uma sabotagem realizada por homens armados da RENAMO. “Bandidos armados mobilizaram uma parte da população e conseguiram abrir uma vala na estrada impossibilitando desse modo a circulação de pessoas e bens. A cratera aberta possui um metro de largura e 50 centímetros de profundidade”.

Armando Mude acrescentou que o local "não tinha sinalização e três viaturas, dois camiões e um veículo ligeiro, caíram no buraco. Dois pegaram fogo dado que transportavam combustível e madeira respetivamente” explicou o comandante.Mude descreveu o ato como sendo criminoso, sustentando não compreender que uma estrada possa ser cortada, porque ela serve a todos, incluindo familiares dos próprios autores desta ação.

Um dos automobilistas entrevistado no local disse à DW África que "seguia à minha frente um veículo ligeiro de passageiros que foi obrigado a parar por um grupo de homens armados e mais à frente vi um camião que caiu na vala depois do seu motorista ter perdido o controlo. A partir dessa altura vi que algo de anormal estava a acontecer. Andei mais alguns metros e comecei a ouvir tiros". O automobilista disse à nossa reportagem que "com o aumento de intensidade dos disparos" resolveu parar o camião. "Desci e escondi-me no mato. Só ouvia os homens armados a perguntar onde está o motorista, onde está o motorista. E como não saí do mato, então queimaram o meu camião".

Veículos moçambicanos e estrangeiros afetados pela situação

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Foto: DW/Johannes Beck

Entretanto, a Polícia continua a perseguir os homens armados da RENAMO para evitar que "continuem a criar obstáculos ao processo de desenvolvimento económico e social do país" disse uma fonte à DW África que solicitou o anonimato.

A situação não afeta apenas os veículos moçambicanos na medida em que entre as viaturas retidas se encontravam camiões que transportavam combustível, produtos alimentares e outras mercadorias, neste corredor muito utilizado para a exportação ou importação dos países vizinhos como Zimbabwe, Zâmbia e Malawi.

Recorde-se que, desde fevereiro, foram registados vários ataques atribuídos pelas autoridades a homens armados da Renamo nas principais estradas do centro de Moçambique e que levaram o Governo a ativar escoltas militares obrigatórias a viaturas civis em dois troços na província de Sofala da N1, a principal via do país.

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