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Saúde de Eduardo dos Santos divide família e Presidência

Lusa
18 de maio de 2022

O estado de saúde de José Eduardo dos Santos gera polémica entre a família, que se queixa de "abusos" e ingerência externa, e a Presidência angolana, que remeteu informações sobre o ex-Presidente apenas para um médico.

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Foto: Getty Images/AFP/A. Rogerio

Numa nota divulgada pela Presidência angolana e assinada por, alega que João Afonso é o seu médico pessoal, que o acompanha há 16 anos, em quem tem "a máxima confiança", e é "a única entidade autorizada a falar" sobre o seu estado de saúde.

Esta posição surge depois de uma das filhas, a ex-deputada Welwitschia "Tchizé" dos Santos, ter denunciado "abusos" e "condicionamento da liberdade" em relação ao seu pai, que reside em Barcelona desde 2019, admitindo que a família lida com "um caso de polícia", que pode motivar uma queixa às autoridades espanholas."

Nós, os filhos de José Eduardo dos Santos (...) os que, de facto, estamos a querer zelar pela segurança do nosso pai, pela integridade física e jurídica do nosso pai, estamos a sentir-nos impotentes e só vamos ter uma alternativa que é chamar as autoridades espanholas a intervir porque isto é um caso de polícia. A outra alternativa é levar ao conhecimento de todos os angolanos o que está a acontecer", disse em declarações enviadas à Lusa.

Que influência terá JES no cenário político angolano?

"Tchizé" dos Santos tinha questionado anteriormente a intervenção do médico angolano, já que este teria dito aos médicos espanhóis que estavam a dar assistência ao ex-Presidente "para anularem as consultas e para não aparecerem".

Na nota divulgada pela Presidência esta terça-feira (17.05), José Eduardo dos Santos refere que João Afonso "continuará a ser o médico coordenador da equipa multidisciplinar" que garante a sua "assistência médica em Barcelona", conclui o documento.

Agravamento do estado de saúde

Na última semana, vários meios de comunicação social angolanos têm noticiado um agravamento do estado de saúde do antigo chefe de Estado, o que estará na origem de divergências entre alguns dos seus familiares e o regime angolano.

Tal como a irmã, a empresária Isabel dos Santos, que enfrenta vários processos judiciais, em Angola e no estrangeiro, "Tchizé" dos Santos vive fora de Angola desde que o pai abandonou o poder, sendo substituído na Presidência por João Lourenço, em 2017, afirmando ser vítima de perseguição.

"Tchizé" dos Santos, que perdeu o mandato de deputada do MPLA, o partido que governa Angola há 46 anos, em outubro de 2019, queixou-se de ameaças e acusa João Lourenço de travar "uma campanha de perseguição" contra si.