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PolíticaeSwatini

SADC compromete-se a apoiar o retorno da calma no eSwatini

Lusa | af
4 de julho de 2021

Países da África Austral declararam este domingo (03.07) o seu apoio ao eSwatini, palco de violentos protestos pró-democracia, no retorno à "paz e calma".

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Swasiland - Königreich Eswatini | Wahl | Protest
Foto: Getty Images/AFP/G. Guercia

Uma delegação de ministros de países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), está a realizar uma visita ao reino de eSwatini, devido à grave onda de protestos que o país vive, desde finais de junho.

O primeiro-ministro suazi, Themba Masuku, recebeu representantes da SADC na manhã desde domingo (05.07), liderados pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Botsuana, Lemohang Kwape, refere a Efe. 

 "A SADC está pronta para apoiar o povo do reino de eSwatini na sua missão de trazer paz e calma", disse Kwape, durante a receção oficial, de acordo com um comunicado divulgado pelo governo suazi nas redes sociais. 

Por seu turno, Masuku reiterou que o objetivo do país é garantir "paz e estabilidade" e disse que o governo formou uma equipa, liderada pelo ministro das Relações Exteriores suazi, para trabalhar com a SADC. 

Eswatini Proteste
Durante os protestos de rua, vários bens privados foram vandalizadosFoto: AFP

A decisão de enviar esta missão ministerial foi anunciada na sexta-feira (02.07) pelo presidente do Botsuana, Mokgweetsi Masisi, que é o atual líder da chamada 'troika' da SADC para a Política, Defesa e Segurança (um dos dois órgãos rotativos que definem as decisões desta aliança de 16 países da África Austral). 

"A SADC apela a indivíduos, grupos e organizações que desistam de atos de violência, ao mesmo tempo que exorta os serviços de segurança a exercer contenção na sua resposta para restaurar a ordem e normalidade", disse a aliança das nações do sul de África na sua mensagem na sexta-feira.

Reformas políticas

Uma onda de protestos pró-democracia tem abalado o eSwatini, nas últimas semanas, para exigir reformas políticas e gritar contra a brutalidade com que qualquer tentativa de dissidência na última monarquia absoluta na África é reprimida. 

Pelo menos 20 pessoas foram mortas pelas forças de segurança em eSwatini e 150 foram hospitalizadas com ferimentos de bala, durante os intensos protestos pró-democracia neste país, a última monarquia absoluta de África, segundo a Amnistia Internacional (AI).

Pelo menos outros cinco manifestantes morreram por ferimentos de balas e 50 ficaram feridos, segundo denunciaram fontes da oposição, na sexta-feira (02.07).

Russland | König Mswati III von Eswatini | Swasiland
O rei Mswati enfrenta uma grande contestação Foto: imago images/ITAR-TASS

As mobilizações tornaram-se especialmente violentas desde a última segunda-feira, com saques, incêndios de camiões, campos e prédios e graves confrontos entre manifestantes e forças de segurança.

Em resposta, o governo ordenou um toque de recolher, cortou a internet e colocou o exército nas ruas. 

O eSwatini, onde residem mais de mil cidadãos portugueses, está sob o comando absoluto de Mswati III desde 1986 e tem pouco mais de um milhão de habitantes, a maioria deles jovens.

Em abril de 2018, o próprio monarca decidiu mudar o nome oficial do país, substituindo o nome oficial em inglês da Suazilândia por eSwatini (Essuatíni), que na língua local significa "o lugar do suazi" (grupo étnico majoritário).

Além da falta de direitos e liberdades no nível político, o país enfrenta altos níveis de pobreza e uma alta prevalência de problemas de saúde como tuberculose e HIV.

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