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Sissoco: "Se não estão satisfeitos, recorram ao tribunal"

Iancuba Dansó (Bissau)
20 de dezembro de 2023

A Guiné-Bissau tem um novo primeiro-ministro. Rui Duarte Barros foi nomeado hoje pelo Presidente da República. Sobre a dissolução do Parlamento, Umaro Sissoco Embaló diz que quem não está satisfeito, deve contestar.

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Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló
Foto: Tony Karumba/AFP/Getty Images

A coligação Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI) - Terra Ranka demarcou-se da decisão de Sissoco Embaló de nomear Rui Duarte Barros como novo primeiro-ministro, pouco depois de Geraldo Martins ser afastado do cargo.

Em comunicado, a coligação acusa o chefe de Estado de "persistir em pessoalizar" o novo Governo e em não respeitar a vontade popular manifestada nas urnas e a Constituição, depois da dissolução da Assembleia Nacional Popular, no início do mês.

Mas no ato de posse do novo primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló lançou um desafio aos contestatários da sua decisão: "Todo o cidadão que não se sente satisfeito com a posição do Presidente da República, que recorra ao Tribunal. Quando o Tribunal decidir, o Presidente recuará", afirmou Embaló.

"Não há nenhuma pressão ou influência, os tribunais são independentes", garantiu.

O novo primeiro-ministro

Rui Duarte Barros, de 63 anos, dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), ocupa pela segunda vez as funções de primeiro-ministro, depois de ter assumido o cargo por um período de dois anos, em regime de transição, entre 2012 e 2014, na sequência do golpe de Estado que depôs o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior.  

O novo primeiro-ministro guineense, Rui Duarte Barros
Foto: DW

O Presidente da República promete que os membros do novo Governo serão conhecidos até amanhã e aponta o combate à corrupção como a sua prioridade e a do Executivo. 

"Quebra de credibilidade"

Esta terça-feira, a Igreja Católica guineense criticou a crise política vigente no país, afirmando que a congregação religiosa e o povo da Guiné-Bissau almejam a paz, mas, "infelizmente, há quem não queira isso e não aceite que os guineenses vivam num caminho de desenvolvimento e de fraternidade".

O povo não quer "continuar a andar em caminhos de divisão e de privilégios de alguns", disse o padre Paulo de Pina Araújo.

Gueri Gomes, coordenador Nacional do Fórum das Organizações da Sociedade Civil da África Ocidental (FOSCAO), alerta que a crise vigente está a impactar a vida pública e a credibilidade da Guiné-Bissau.

"Com esta crise, há uma quebra de credibilidade e de confiança na estabilidade da Guiné-Bissau. E é óbvio que um país que não é estável não terá muita chance de receber investidores. Sem investimentos, a economia não funciona", concluiu.

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