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PolíticaSomália

Somália: Presidenciais adiadas a dois dias da votação

AFP | AP | Reuters | cvt
6 de fevereiro de 2021

Negociações para realização de eleições na Somália fracassaram. Governo federal e estados regionais não chegaram a acordo, dois dias antes da votação agendada para 8 de fevereiro.

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Russland Sochi | Präsident Somalia | Mohamed Abdullahi Mohamed
Mohamed Abdullahi Mohamed Foto: Vladimir Smirnov/Imago Images

Mohamed Abdullahi Mohamed, cujo mandato termina oficialmente em seis dias, permanecerá Presidente da Somália até que uma nova data de eleições seja acordada.

A par das incertezas políticas, a Somália está a lutar contra uma insurreição fundamentalista e a pandemia.

O Presidente quer concorrer a um segundo mandato de quatro anos. Devido à falta de de recursos e à insegurança, a Somália não utiliza um sistema de votação direta. Em vez disso, 51 colégios eleitorais selecionados por líderes de clãs elegem legisladores que, por sua vez, elegem o Presidente.

O número de colégios eleitorais deveria duplicar este ano, de acordo com a lei somali, mas os representantes locais discordaram sobre a composição dos colégios. Também contestaram os membros da comissão eleitoral, um órgão de supervisão independente.

O Presidente Mohamed Abdullahi Mohamed acusa os Estados de Puntlândia e Jubalândia pelo impasse.

"Fiz todos os esforços", disse o Presidente. "Não nos envergonhe perante a comunidade internacional, e não desencoraje o nosso povo'', acrescentou.

"Ainda há alguma esperança de que possamos avançar. Só precisamos de marcar outra altura para uma reunião para resolver os nossos problemas e todas estas questões repousam sobre os ombros do parlamento", afirmou.

Permanecer no poder

Mas os críticos do Presidente acusam-no de adiar o pleito para prorrogar o seu mandato atual. O acordo firmado em setembro permite que o Presidente e outros permaneçam no cargo após a data das eleições que serian na segunda-feira, se necessário.

Entretanto, o representante especial das Nações Unidas, James Swan, advertiu que ir além desse dia traz "uma situação política imprevisível num país onde certamente não precisamos mais disso''.

O ministro da Informação Osman Dubbe disse aos repórteres que se realizará outra reunião sobre a crise eleitoral, "mas fizemos mais do que a nossa justa quota-parte em fazer concessões aos estados-membros federais".

Já o líder de Jubalândia, Ahmed Madobe, afirmou aos jornalistas que o Presidente "falou-me de uma forma nojenta... Ele continua a acusar-nos de sermos apoiados e manipulados pelo Quénia''. No final do ano passado, a Somália rompeu relações diplomáticas com o vizinho Quénia, acusando-o de ingerência. O Quénia nega.

"Tentei tudo o que podia para resolver esta crise da melhor maneira lógica juntamente com o resto dos estados-membros federais, mas foi sempre o Presidente que recusou", argumentou Madobe.

Questões controversas nas conversações eleitorais foram a formação da comissão de gestão eleitoral, a seleção dos membros da comissão para a região separatista da Somalilândia e a crise na região de Gedo, na fronteira com o Quénia.

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