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Standard Bank Moçambique: Insegurança impede investimentos

Lusa
30 de julho de 2022

O presidente do Standard Bank Moçambique considera que a insegurança em Moçambique é o maior impedimento a um fluxo maior de investimento no país, que apostou na recuperação da credibilidade para relançar a economia.

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Cabo Delgado
Foto: Paulo Milanesio/MSF

"Há confiança no país, no potencial que Moçambique tem para o futuro, mas existem alguns desafios, nomeadamente a segurança, que é fundamental e que tem de ser ultrapassado para permitir estes grandes investimentos", disse o presidente do Standard Bank Moçambique, Luís Teles, em entrevista à Lusa, à margem da conferência sobre investimentos em Angola e Moçambique, que decorreu esta semana em Lisboa.

"Temos visto apetite internacional dos investidores em irem para Moçambique e continuarem a investir no país", disse Luís Teles, salientando, no entanto, que a situação de insegurança age como obstáculo a um fluxo mais robusto de investimentos, nomeadamente no norte do país, onde uma insurgência armada levou a Total, líder do consórcio que vai explorar uma das maiores reservas mundiais de gás, a suspender as obras para a exploração de gás.

Credibilidade internacional

Depois do escândalo das dívidas ocultas, conhecidas em 2016, Moçambique apostou num caminho de recuperação da credibilidade internacional que foi arrasada na altura, e esse caminho está agora a dar frutos, não só em novos investimentos, como no regresso das instituições financeiras internacionais que suspenderam o apoio orçamental ao Governo.

Força Local em Cabo Delgado
O conflito em Cabo Delgado já provocou mais de 3.100 mortes e mais de 817 mil deslocadosFoto: DW

"Investiram na credibilidade internacional, na governação, na transparência, a relação com as instituições de desenvolvimento multilateral é fundamental, é isso que Moçambique tem vindo a fazer e tem tido bons resultados", disse Luís Teles, lembrando que os países menos desenvolvidos têm opções de financiamento mais limitadas.

"Não nos podemos esquecer que os países africanos não têm as mesmas opções de financiamento que têm os países da União Europeia, são outras realidades, e as relações com as instituições de desenvolvimento multilaterais são críticas, porque quando há crises ou choques externos, são a única opção que têm para apoiar o crescimento das economias", salientou o banqueiro responsável pelas operações do Standard Bank em Angola e em Moçambique.

Moçambique tem três projetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado, mas a província é aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Desde julho do ano passado, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.

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