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PolíticaSão Tomé e Príncipe

STP: ADI realiza congresso a 3 de outubro

Lusa
20 de setembro de 2020

Decisão saiu do conselho nacional do principal partido da oposição em São Tomé e Príncipe, a Ação Democrática Independente, que juntou as duas alas separadas por uma crise interna, há mais de dois anos.

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Sao Tome und Principe ADI-Kongress
Foto: DW/R. Graca

A Ação Democrática Independente (ADI), principal partido da oposição em São Tomé e Príncipe, realiza no dia 3 de outubro o seu congresso eletivo, tido como "importante passo" para a "unificação definitiva" desta formação política.

"Todos nós temos defeitos e virtudes, cada um com limitações e potencialidades, vamos procurar identificar as capacidades de cada um. Nós só podemos trilhar o caminho certo e atingir o objetivo que todos preconizamos se nós andarmos juntos", defendeu Abnildo de Oliveira, porta-voz do partido.

"Nunca falta desavença dentro de uma família, vamos esquecer o que passou, mas esquecer o que passou para nós alcançarmos aquilo que nos espera, tem que haver disciplina", advertiu Abnildo de Oliveira, tido como líder do partido em substituição de Patrice Trovoada, que abandonou a presidência da ADI após não ter conseguido formar governo depois das eleições legislativas de outubro de 2018. 

"O partido precisa de ser disciplinado, o partido precisa de gente responsável e precisa também de alguma determinação", acrescentou o responsável, atribuindo a tarefa da escolha de dirigentes com este perfil aos órgãos distritais do partido.

Durante mais de 20 minutos de discurso, o também líder da bancada parlamentar da ADI atacou duramente o primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus (Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata) e apelou ao Presidente da República, Evaristo Carvalho, para demitir o Governo.

Apelo à união de olhos postos nas eleições

Abnildo de Oliveira lançou ainda um desafio aos responsáveis das estruturas juvenis e das mulheres da Ação Democrática Independente. "Precisamos de nos reorganizar, reestruturar e trabalhar, mas somos poucos tendo em conta a realidade do ADI. Há espaços para todos e para mais gente, por isso, vamos de braços dados e de braços abertos para aqueles que se identificam com os nossos ideais, trabalhar em prol de um ADI unido", defendeu o responsável.

Sao Tome und Principe ADI-Kongress
Apoiante da ADI exibe cartaz de Patrice Trovoada no congresso de setembro de 2019.Foto: DW/R. Graca

Nos últimos dois anos, o Ação Democrática Independente realizou dois congressos e elegeu dois líderes. O primeiro congresso elegeu Agostinho Fernandes, um antigo ministro da Economia do Governo de Patrice Trovoada para líder do partido.

O resultado deste congresso não foi reconhecido pela ala do partido liderada por Abnildo de Oliveira que reuniu a comissão política e decidiu expulsar vários dirigentes do partido. Num segundo congresso que se realizou alguns meses depois, Patrice Trovoada foi novamente eleito através de uma candidatura feita a partir do estrangeiro. Em 10 de julho último o presidente da ADI, Agostinho Fernandes, renunciou ao cargo, alegando falta de consenso para realizar um novo congresso para tirar esta formação política de uma "profunda crise".

A ADI venceu as eleições legislativas de 2018 com maioria simples de 25 dos 55 assentos parlamentar e não conseguiu, por isso, formar governo, dando lugar no poder a uma coligação constituída pelo MLSTP-PSD que obteve 23 assentos e outros três pequenos partidos formados em coligação de cinco deputados.

No segundo semestre de 2021, São Tomé e Príncipe terá eleições presidenciais, e um ano mais tarde, o país realiza eleições legislativas, autárquicas e regional da ilha do Príncipe.

"O nosso partido precisa de preparar-se para todos esses eventos importantes para a vida da nação, e desorganizado, desunido, o ADI não poderá responder aos compromissos que tem com o seu eleitorado e com este povo de uma forma geral", disse um dos responsáveis do partido.

No Conselho Nacional realizado no sábado (19.09) destacou a ausência de várias figuras de importantes do partido, designadamente Agostinho Fernandes, Levy Nazaré, os antigos membros do governo do ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada e outros incluídos na lista dos membros expulsos do partido pela ala que apoia Patrice Trovoada.

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