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Sudão: Exército garante que vai transferir poder para o povo

AFP | AP | Lusa | tms
21 de abril de 2019

Conselho Militar do Sudão, que dirige o país desde a queda de Omar al-Bashir, garante o compromisso para transferir o poder para o povo. Cidadãos ameaçam formar um conselho civil para pressionar ainda mais o exército.

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Manifestantes acampados à porta do Ministério da Defesa em Cartum Foto: Getty Images/AFP/A. Mustafa

O general Abdel Fattah al-Burhane garantiu neste domingo (21.04) o compromisso do conselho militar que lidera no Sudão para transferir o poder para o povo, como exigem milhares de manifestantes desde a destituição do Presidente Omar al-Bashir.

"O Conselho está empenhado em transferir o poder para o povo", assegurou Abdel Fattah al-Burhane, líder do conselho militar de transição, citado pela agência de notícias France Press.

O responsável frisou que o exército responderia "durante a semana" às exigências dos manifestantes, que reclamam a transferência do poder para uma autoridade civil.

Gipfeltreffen der Arabischen Liga in Doha Omar Hassan Al Bashir
Omar al-Bashir permaneceu 30 anos no poderFoto: picture-alliance/abaca/A. A. Rabbo

Citado pela agência de notícias Associated Press, Abdel-Fattah Burhan informou que os militares estão à espera que as várias forças políticas por trás dos protestos apresentem os nomes dos membros propostos para um Governo de transição. E disse que os militares consideram também as demandas dos manifestantes por um conselho civil com um representante militar. "Nosso papel é completar a revolta e a revolução", acrescentou.

Pressão popular

No entanto, a Associação de Profissionais do Sudão diz que vai anunciar um conselho de transição civil o mais rápido possível, em uma tentativa de "exercer mais pressão" sobre os militares para entregar o poder após a derrubada do presidente Omar al-Bashir, no início deste mês.

A Associação de Profissionais do Sudão liderou quatro meses de protestos que acabaram com o regime de 30 anos de al-Bashir, que foi marcado por múltiplos conflitos armados e corrupção generalizada. O grupo de sindicatos diz que mais de 100 pessoas foram mortas pelas forças de segurança desde dezembro, quando os protestos foram desencadeados por uma alta no preço dos bens básicos.

Sudan, Khartoum: Sitzblockade vor dem Verteidigungsministerium
Ruas de Cartum tomadas por manifestantesFoto: Getty Images/AFP/A. Mustafa

Os militares sudaneses derrubaram e prenderam al-Bashir em 11 de abril e nomearam um conselho militar que afirma que vai governar por até dois anos enquanto as eleições forem organizadas. Os militares prenderam altos funcionários do Governo de al-Bashir e demitiram juízes e promotores, conforme as reivindicações dos manifestantes.

Mais medidas

Entretanto, o general Abdel Fattah al-Burhane também afirmou neste domingo que uma delegação sudanesa irá a Washington para discutir a retirada do Sudão da lista norte-americana dos "países que apoiam o terrorismo".

A visita ocorrerá "nesta semana ou na semana seguinte", acrescentou o general na sua primeira entrevista à televisão estatal desde que o conselho militar tomou o poder após a destituição do presidente Omar al-Bashir, em 11 de abril. 

A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos também anunciaram hoje um apoio financeiro conjunto de 3 mil milhões de dólares (2,7 mil milhões de euros) ao Sudão, que começou uma transição difícil depois da destituição de Omar al-Bashir. 

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