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Sul-africanos homenageiam Winnie Mandela

Reuters | Lusa | AP | AFP | nn
5 de abril de 2018

A África do Sul cumpre dez dias de luto nacional. Milhares de sul-africanos prestam homenagem à "coragem" e ao "espírito de luta" da ativista anti-apartheid Winnie Mandela.

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Foto: picture-alliance/AP Photo/T. Hadebe

Desde a morte de Winnie Mandela, na segunda-feira (02.04), vários simpatizantes e admiradores têm depositado flores em frente à sua casa no Soweto. Têm-se reunido aí em jeito de homenagem para recordar a vida da ativista e cantado músicas de intervenção.

Na quarta-feira, a Liga das Mulheres do Congresso Nacional Africano (ANC, no poder) organizou uma marcha até ao domicílio daquela que é considerada a "mãe da nação" sul-africana. Jacob Zuma, ex-Presidente da África do Sul afastado de funções há pouco mais de um mês, também esteve presente e lembrou Winnie Mandela como uma líder nata.

"Para nós, esta é uma grande perda, é a dor da perda de uma mãe, de uma camarada, de uma líder que viu de tudo. Foi detida, torturada, viveu exilada dentro do próprio país", afirmou Zuma.

"Winnie Mandela deveria ter sido Presidente"

Esta semana, o novo chefe de Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa, também recordou a antiga militante do ANC como uma voz única de coragem.

Sul-africanos homenageiam "mãe" Winnie Mandela

"Ela não foi apenas uma inspiração, ela tocou a vida de muitos milhões de sul-africanos durante os dias sombrios do apartheid, quando o ANC foi banido", afirmou. "Ela continuou a mostrar coragem contra todas as formas terríveis de intimidação levantadas contra o seu movimento”.

Já o líder da oposição Julius Malema, fundador dos Combatentes da Liberdade Económica, recordou o espírito combativo de Winnie Mandela.

"O país inteiro uniu-se, independentemente da sua afiliação política, para se despedir desta gigante. Mãe Winnie, nós nunca vamos trair o seu espírito de luta", disse. "Winnie Mandela deveria ter sido Presidente da África do Sul, mas os homens do ANC tiveram medo de uma mulher e os brancos também se sentiram ameaçados por uma mulher africana. Por isso fizeram de tudo para destruí-la."

Südafrika Winnie Mandela
Winnie Mandela, ex-mulher de Nelson Mandela, morreu na segunda-feira aos 81 anosFoto: Imago

Último adeus a Winnie Mandela

Além de se destacar na luta anti-apartheid, Winnie Mandela tornou-se uma figura controversa por encorajar a violência contra o regime segregacionista.

Nelson Mandela e Winnie casaram-se em 1958 e divorciaram-se em 1996, dois anos depois de Mandela se tornar o primeiro Presidente negro da África do Sul.

Uma das últimas aparições públicas de Winnie Mandela remonta à última conferência do ANC, em dezembro, em Joanesburgo, onde foi saudada com aplausos. Semanas depois, foi internada na sequência de uma infeção renal.

No fim-de-semana passado voltou a ser hospitalizada, acabando por morrer aos 81 anos vítima de doença prolongada. Para 11 de abril está marcada uma cerimónia de homenagem a Winnie Mandela. As exéquias oficiais acontecem no dia 14 de abril.