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Guiné-Conacri: Presidente quer referendo constitucional

Lusa | AFP | nn
21 de dezembro de 2019

O Presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé, quer um referendo constitucional antes das eleições de 2020, o que está a causar desconforto na oposição que receia que o chefe de Estado tencione manter-se no poder.

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Alpha Condé
Foto: Getty Images/M. Medina

O Presidente da Guiné Conacri, Alpha Condé, pretende realizar um referendo constitucional antes das eleições de 2020, o que está a causar a apreensão dos adversários que receiam ser uma forma de o chefe de Estado prolongar o Governo.

Alpha Condé, 81 anos, foi o primeiro líder do país, que faz fronteira com a Guiné-Bissau, a norte, a ser democraticamente eleito desde a independência da França, em 1958, quando ganhou as eleições em 2010.

O segundo e último mandato deve acabar dentro de um ano, mas as tensões relacionadas com os seus planos futuros levaram a protestos que causaram a morte de 24 pessoas em confrontos com as forças de segurança.

Numa mensagem televisiva transmitida na quinta-feira (19.12), Condé manifestou a intenção de realizar um referendo sobre uma nova Constituição. "O Presidente Alpha Condé quer mergulhar a Guiné num caos", disse o líder da oposição, Bah Ouri, após a mensagem.

Para Bah Ouri, o que o chefe de Estado está a fazer é a evitar sair no fim do seu segundo mandato. "Mas ele vai sair. A nova Constituição não passará", disse.

Elfenbeinküste Frau aus Guinea mit Porträt von Alpha Condé, Präsident Guinea
Alpha Condé está no poder desde 2010Foto: Getty Images/AFP/S. Kambou

Vários grupos de direitos humanos têm criticado a administração de Condé pela proibição de manifestações públicas.  Este ano, os líderes da oposição foram condenados a penas de prisão, acusados de insurreição e de perturbarem a paz pública.

Repressão dos protestos

Alpha Condé é uma antiga figura da oposição que, em 2010, tornou-se o primeiro Presidente eleito democraticamente do país, mas o seu mandato tem sido precisamente marcado pela repressão de protestos.

Segundo a oposição, cerca de 100 pessoas foram mortas em atos de repressão desde que Condé chegou ao poder.

Em setembro, o Presidente pediu ao Governo que realizasse "consultas" sobre possíveis mudanças na Constituição, um processo fortemente criticado pela oposição.

Condé declarou que os cidadãos deveriam preparar-se para um referendo e eleições, provocando especulações de que planeia eliminar o limite presidencial de dois mandatos e participar das eleições previstas para o final de 2020.

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