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O único candidato africano à presidência da FIFA

GCS, TK, BM / RTR / DPA25 de fevereiro de 2016

A FIFA elege o sucessor de Sepp Blatter esta sexta-feira (26.02). O único candidato africano na corrida à presidência do órgão máximo do futebol mundial é Tokyo Sexwale, de 62 anos. Mas tem pouco apoio de África.

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Foto: picture-alliance/AP Photo/V. R. Caivano

Tokyo Sexwale promete "transparência" na Federação Internacional de Futebol (FIFA), se for eleito presidente esta sexta-feira. Não é o único a fazê-lo. Todos os cinco candidatos à liderança do órgão máximo do futebol mundial propõem limpar a imagem da organização, abalada nos últimos meses por um escândalo de corrupção de proporções globais.

"Mas somos diferentes uns dos outros", afirmou Sexwale, na véspera da eleição em Zurique. "A FIFA é uma casa destruída que precisa de ser reparada. Estou aqui há 11 anos. É doloroso. Algumas das pessoas que foram detidas aqui no passado são amigos. Mas, se foram cometidos crimes, é preciso fazer justiça poupando os inocentes. Assim, estou aqui como parte da FIFA para assegurar que ajudo a emendar o que correu mal."

O sul-africano é atualmente assessor da FIFA contra o racismo.

FIFA Logo
Candidatos à presidência da FIFA querem limpar a imagem da organizaçãoFoto: Getty Images/AFP/F. Coffrini

De ativista anti-apartheid a magnata

Mosima Gabriel Sexwale nasceu a 5 de março de 1953 no township de Orlando West, no Soweto, onde Nelson Mandela viveu durante mais de uma década. "Tokyo" é uma alcunha dos tempos em que foi karateka, na juventude.

Sexwale esteve detido durante 13 anos na prisão de Robben Island, com Mandela. Foi libertado em 1990, com o fim do regime segregacionista do apartheid. A seguir, alternou a sua vida entre a política e os negócios na extração de diamantes, petróleo, no setor imobiliário e nos média. Hoje em dia, Sexwale é um dos homens mais ricos da África do Sul.

Pouco apoio africano

Quando Sexwale anunciou a candidatura à presidência da FIFA, no ano passado, a Associação de Futebol da África do Sul (SAFA, em inglês) prontificou-se a apoiá-lo. O presidente da organização, Denis Mumble, disse na altura que esperava que o país inteiro se unisse no apoio a Sexwale para que a África do Sul continuasse a ser "um jogador de peso" no futebol internacional.

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Mas o apoio da SAFA ficou por aqui. Entretanto, a Confederação Africana de Futebol (CAF) decidiu apoiar oficialmente a candidatura de Salman bin Ebrahim Al Khalifa, do Bahrein.

Sexwale não tem a experiência necessária para o cargo de presidente da FIFA, comenta o jornalista o jornalista desportivo Mxolisi Ncube. "Ele nunca dirigiu um clube na África do Sul. Nunca esteve envolvido com a Associação de Futebol da África do Sul, exceto como membro do Comité Organizador Local do Mundial de 2010. Ele nem fala sobre África e já quer saltar para o nível mundial."

Há ainda quem indague sobre a transparência de negócios de Sexwale no passado. O jornalista de investigação Craig McKune publicou em outubro um artigo em que questionava alegados "acordos secretos" e "parceiros problemáticos" de Sexwale.

"Em resposta, só obtivemos silêncio. Isso não é transparência", disse McKune em entrevista à DW África. O porta-voz de Sexwale sublinhou, no entanto, que estas eram apenas alegações e o empresário sul-africano não foi formalmente acusado ou condenado.

Apesar das críticas, Sexwale está determinado e conta, esta sexta-feira, com o voto individual das associações de futebol africanas, ainda que a CAF tenha apoiado outro candidato. O voto é secreto. "Há 54 associações neste continente e muitas farão as suas próprias escolhas", afirmou.

FIFA Bewerber
Candidatos à presidência da FIFA (da esq. para a dir. e de cima para baixo): O francês Jérôme Champagne, o príncipe jordano Ali Bin Al-Hussein, o sul-africano Tokyo Sexwale, o suíço Gianni Infantino e ainda Salman bin Ibrahim Al Khalifa, do Bahrein