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Tráfico de pessoas preocupa autoridades moçambicanas

21 de novembro de 2017

Segundo a Procuradoria-Geral da República, as vítimas são maioritariamente jovens recrutados por criminosos através de redes sociais, como o Facebook e o Whatsapp.

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Moçambicanos a caminho de Mugeba, província da Zambézia (2016)Foto: DW/M. Mueia

Dados da Procuradoria-Geral da República de Moçambique apontam para 11 vítimas de tráfico humano no país, só nos primeiros seis meses deste ano. Os casos registaram-se maioritariamente na província da Zambézia, no centro do país.

"Estamos aqui [na Zambézia] para nos inteirarmos do que está a ser feito em relação ao tráfico de pessoas", afirmou a Procuradora-Geral adjunta Amabélia Chuquela.

"O distrito de Milange normalmente regista casos de tráfico de pessoas, é um distrito que faz fronteira com Malawi. As vítimas são aliciadas por promessas de emprego até mesmo de casamento", explicou Amabélia Chuquela.

Tráfico de pessoas preocupa autoridades moçambicanas

Segundo informação da Procuradoria o "maior registo que chegou até ao momento foi de tráfico para a exploração laboral", mas há "algumas situações de tráfico para exploração sexual", explicou a Procuradora-Geral adjunta.

"Há necessidade de trabalharmos com as raparigas, que muitas das vezes são iludidas por promessas falsas e acabam sendo levadas pelos traficantes", acrescentou Amabélia Chuquela.

Em muitos casos, os traficantes usam as redes sociais para chegarem às vítimas. Alguns "dos meios tecnológicos que estão a ser usados agora pelos traficantes são o Facebook e o Whatsapp", informou a responsável. "Todo cuidado é pouco, temos que estar mais sensibilizados", alertou.

Mais controlo na fronteira

A ativista dos direitos humanos na província da Zambézia, Shara Ossumane, apela a um controlo mais apertado das fronteiras para combater o tráfico humano.

Mosambik Sara Ossumane
Sara Ossumane, ativista dos direitos humanos e professoraFoto: DW/M. Mueia

"Ao nível do governo da província da Zambézia, precisamos de envidar esforços de modo a conseguirmos controlar esta situação. No Malawi, aos domingos, é dia de feira e normalmente a população tem o acesso livre para fazer as suas compras [no país vizinho] e voltar. Então, é preciso controlar esse acesso livre a partir de agora", defendeu Shara Ossumane.

Shara Ossumane também é professora e apela à sensibilização dos alunos nas salas de aulas sobre o uso das redes sociais para evitar que caiam nas malhas dos traficantes.

"Nós, como professores, precisamos de difundir mensagens aos nossos educandos sobre as redes sociais e sobre a oferta de emprego fácil ao nível de países estrangeiros, que é uma das coisas que mais impressiona os nossos adolescentes, que não sabem que correm perigos", alertou a ativista moçambicana.

A Procuradora-Geral adjunta Amabélia Chuquela admite que acabar com o tráfico humano pode ser uma tarefa impossível.

"O tráfico de pessoas gera muitos lucros e nesta atividade criminosa os traficantes continuam a fazer uso de todos meios possíveis e impossíveis para recrutar vítimas. É muito difícil dizermos que um dia vamos acabar com este fenómenos, mas se nós conseguirmos reduzir [o número de casos] para nós já é bastante bom", rematou Amabélia Chuquela.

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