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Trabalhadores angolanos da ex-RDA voltam a manifestar-se em Berlim

Nádia Issufo5 de dezembro de 2014

Antigos trabalhadores da extinta República Democrática Alemã (RDA) manifestam-se esta sexta-feira (05.12) na capital alemã para exigir o pagamento de subsídios e pensões. Luanda acusa-os de tentativa de extorsão.

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Manifestação de antigos trabalhadores angolanos da ex-RDA em Berlim (maio de 2014)Foto: DW/C. Vieira Teixeira

O principal ponto que opõe os descontentes e o Governo de Luanda é o montante a ser pago. Os antigos trabalhadores consideram que devem receber cerca de 205 mil dólares, o segundo só quer pagar 12 mil.

Há anos que este braço de ferro está instalado. Os ex-trabalhadores da extinta RDA não se cansam de reivindicar o que consideram ser os seus direitos. Para as autoridades angolanas tudo não passa de uma tentativa de extorsão por partes dos descontentes, como diz o adido de imprensa da Embaixada angolana em Berlim, Fernando Tati.

“Depois de verem satisfeitas as suas primeiras reivindicações, surgiram depois outras, que englobam esses 205 mil dólares. E isso dá também indicação que há uma tentativa de extorsão do Governo angolano. Hoje pede-se um determinado montante, amanhã pede-se mais. É praticamente uma chantagem”, considera Fernando Tati.

Troca de acusações

Miguel Cabango, responsável da Angogermany, a associação que defende os interesses do grupo, discorda das acusações. “O Governo angolano continua a fazer finca-pé e não quer pagar-nos os valores [exigidos]. E é isso que nos leva mais uma vez a Berlim para reivindicarmos os nossos direitos”, justifica.

Demonstration Angolaner in Berlin Miguel Cabango
Miguel Cabango, coordenador da associação AngogermanyFoto: DW/C. Vieira Teixeira

No âmbito deste processo, uma equipa chefiada pelo diretor para a Segurança Social do Ministério do Trabalho de Angola, Jesus Maiato, esteve na capital alemã, na última semana. Um encontro entre esta parte e os ex-trabalhadores chegou a acontecer, mas durou pouco tempo.

“Os senhores que vieram de Angola foram claros em dizer que não vieram cá para negociar connosco”, conta Miguel Cabango. O responsável da Angogermany conta que foram chamados para participar neste encontro, mas como a antiga direção estava presente, decidiram, entretanto, não participar, até porque “ainda há uma situação a correr em tribunal”, explica.

Divisões na Angogermany

As querelas e as divisões no seio da Angogermany têm estado a afetar a sua imagem e também a dificultar as negociações com o Governo. O adido de imprensa da Embaixada em Berlim deixa claro que o Governo reconhece apenas uma ala da Angogermany.

Fernando Tati Botschaft Angola
Fernando Tati, adido de imprensa da Embaixada angolana em BerlimFoto: DW/A.Cascais

“A ideia dessa comissão era também negociar com todos eles. Porque eles dizem-se representantes mas não foram eleitos para dirigir a Angogermany. Eles substituíram uma direcção legal, que era reconhecida por todas as entidades”, observa Fernando Tati. “A intenção era que todos estivessem presentes, o que foi rejeitado por esse grupo de contestatários”, acrescenta.

Miguel Cabango não vê com bons olhos a relação entre a antiga direcção da Angogermany e as autoridades de Luanda, incluindo a Embaixada. A nova direção, da qual faz parte, acusa os anteriores gestores de terem desviado mais de 100 mil dólares da associação.

Enquanto isso, corre em tribunal em Munique, no sul da Alemanha, um processo relativo a este caso. Um veredicto deverá ser conhecido em finais de janeiro de 2015.

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