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PolíticaUganda

Uganda acusa EUA de tentar subverter eleições

Reuters
19 de janeiro de 2021

Porta-voz do Governo do Uganda diz que embaixadora americana quer intervir no resultado eleitoral. Natalie Brown tentou visitar oposicionista Bobi Wine que está impedido de sair de sua residência por forças militares.

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Bildkombo | Yoweri Museveni und Bobi Wine

Porta-voz do Governo do Uganda diz que embaixadora americana quer intervir nas eleições do país. Natalie Brown tentou visitar o líder oposicionista Bobi Wine que se encontra impedido de sair de sua residência por forças militares militares.

O porta-voz do Governo do Uganda, Ofwono Opondo, acusou os Estados Unidos esta terça-feira (19.01) de tentar subverter as eleições presidenciais da semana passada após a embaixadora americana tentar visitar o líder da oposição Bobi Wine, que se encontra impedido de deixar a sua residência.

A embaixadora Natalie E. Brown foi impedida de visitar Wine na sua residência num subúrbio na periferia norte de Kampala, segundo informa um comunicado da embaixada.

Brown tinha a intenção de verificar "a saúde e a segurança" de Wine, que se tornou um pop-star da música ugandesa e, mais tarde, enveredou para a vida política elegendo-se deputado. Opondo disse que Brown não tinha motivos para visitar Wine.

"O que ela [Brown] tem tentado fazer descaradamente é intrometer-se na política interna do Uganda, particularmente às eleições, para subverter as nossas eleições e a vontade do povo", disse ele. "Ela não deve fazer nada fora das normas diplomáticas".

Uganda l Unruhen im November während der Kampagne von Kyagulanyi
Confrontos entre manifestantes e polícia em novembroFoto: Abubaker Lubowa/REUTERS

"Histórico de causar problemas"

Segundo Opondo, Brown "tem histórico de causar problemas em países onde trabalhou".

Não houve qualquer comentário imediato de Brown ou da embaixada. A representação diplomática americana disse que a votação da semana passada foi manchada por assédio de candidatos da oposição, supressão dos meios de comunicação e dos direitos e um encerramento da Internet a nível nacional.

"Estas ações ilegais e a prisão domiciliária efetiva de um candidato presidencial continua uma tendência preocupante no curso da democracia do Uganda", afirmou.

A oposição se prepara para contestar legalmente os resultados das eleições, o líder da oposição, Bobi Wine, lança um apelo aos ugandeses e à comunidade internacional para rejeitarem a vitória do Presidente Yoweri Museveni.

Bobi Wine classifica as eleições da passada quinta-feira como “as mais fraudulentas da história” do país. Os Estados Unidos e a União Europeia não destacaram missões de observação para as sondagens porque as autoridades ugandesas negaram a acreditação e não implementou as recomendações das missões passadas.

Militares cercaram a casa do candidato da oposição pouco depois de ter votado nas presidenciais de quinta-feira (14.01). O Presidente Yoweri Museveni, de 76 anos, que está no poder desde 1986, foi declarado vencedor do pleito, com 59% dos votos contra os 35% de Wine.

Os Estados Unidos apoiam soldados ugandeses ao serviço de uma missão de manutenção da paz da União Africana na Somália e doaram cerca de 1,5 mil milhões de dólares ao setor da saúde do Uganda nos últimos três anos.

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