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Economia cabo-verdiana cresceu, desemprego também

21 de abril de 2017

No primeiro ano de mandato do Executivo do MpD, que se assinala no sábado, a economia registou o crescimento real mais acelerado desde 2011 e o défice público também baixou. Porém, o desemprego aumentou em Cabo Verde.

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O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, estabeleceu o crescimento económico como prioridadeFoto: J. M. Borges

Investido a 22 de abril de 2016, o Governo liderado por Ulisses Correia e Silva completa este sábado (22.04) o seu primeiro aniversário.

Na véspera da sua tomada de posse, o primeiro-ministro estabeleceu como prioridades do seu Executivo o crescimento económico para fazer reduzir o desemprego e a pobreza. "O nosso interesse é fazer com que a economia cabo-verdiana cresça, possa atrair mais investimentos e possa criar emprego e rendimento", declarou.

Um ano depois, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,9%, segundo o Instituto Nacional de Estatística. A economia cabo-verdiana registou o crescimento real mais acelerado desde 2011. Para 2017, o Banco Central prevê um crescimento da economia no intervalo de 3% a 4%.

Jorge Carlos Fonseca
Jorge Carlos Fonseca, Presidente da RepúblicaFoto: picture-alliance/dpa

Porém, o desemprego aumentou de 12,4% em 2015 para 15% em 2016. Por isso, o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, pede ao Executivo que dê atenção e prioridade ao combate ao desemprego e à insegurança.

"São duas grandes prioridades nacionais, o Governo tem de estar atento a isso dar prioridade e ir procurando soluções concretas para esses problemas porque são também compromissos eleitorais do Governo", apelou o chefe de Estado cabo-verdiano.

Nota negativa dos sindicatos

A União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde - Central Sindical (UNTC-CS) dá nota negativa ao Executivo de Ulisses Correia e Silva. "O Governo prometeu criar 45 mil novos postos de emprego durante a legislatura (que termina em 2021), perfazendo uma média de 9.000 por ano. No entanto, o que se constatou neste primeiro ano de governação foi o aumento do desemprego", disse à Rádio Nacional a secretária-geral da UNTC-CS, Joaquina Almeida.

Jorge Spencer Lima, presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços do Sotavento, destaca a disponibilidade para o diálogo do actual Governo, mas pede mudanças profundas em relação ao Executivo anterior, com vista a melhorar o ambiente de negócios.

Economia cabo-verdiana cresceu, desemprego também

"As mudanças que esperamos têm de ser profundas e muitas delas radicais", defende. "Temos de ter inovação, não podemos continuar a fazer a mesma coisa que fazíamos há anos. A confiança depositada no Governo é exactamente essa mudança que ainda não chegou".

O presidente da Plataforma das Organizações Não-Governamentais, Dionísio Pereira, defende mais esforço para cumprir as promessas de emprego jovem. E diz constatar uma postura diferente nos domínios social e da educação: "Em termos globais acredito que estamos ainda um pouco distantes daquilo que seria de se esperar".

Promessas por cumprir

O analista político cabo-verdiano Corsino Tolentino acredita que a maior parte dos eleitores que votaram no Movimento para a Democracia (MpD) continua crente nos motivos que os levaram a eleger o partido para a governação do país.

Relativamente ao cumprimento das promessas feitas durante a campanha para às legislativas de 2016, afirma que é "deficiente", porque "as promessas foram enormes para um país com muitos recursos e disponibilidade e não é o caso".

Se a relação for entre a governação prometida e o tempo decorrido, acrescenta Corsino Tolentino, "a maior parte dos governantes do MpD tem demonstrado compromisso pessoal e profissional e estão naquilo a que podemos chamar uma boa via".

O Governo  eleito há um ano é um dos mais pequenos da história de Cabo Verde independente. Tem 12 membros incluindo o primeiro-ministro, quatro independentes e três mulheres.