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União Africana envia 200 observadores para o Burundi

GCS / RTR / AFP / AP / Lusa29 de fevereiro de 2016

Cem observadores dos direitos humanos e cem observadores militares vão monitorizar a situação no Burundi. O anúncio foi feito pelo Presidente sul-africano, Jacob Zuma, depois de um encontro com Pierre Nkurunziza.

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A crise que afeta o Burundi desde 2015 já causou mais de 400 mortos e 240 mil desalojadosFoto: picture-alliance/AP Photo

"O Governo do Burundi comprometeu-se a prosseguir com a abertura do espaço político para a população do Burundi e a assegurar a liberdade de imprensa", afirmou este fim-de-semana o chefe de Estado da África do Sul. Jacob Zuma não disse quando é que os observadores chegariam ao Burundi.

O país vive uma crise política há dez meses, desde que Pierre Nkurunziza anunciou que se ia candidatar a um controverso terceiro mandato presidencial, que venceu. Mais de 400 pessoas morreram no país em ataques de opositores e apoiantes de Nkurunziza e 240 mil pessoas foram obrigadas a fugir de suas casas.

Em dezembro de 2015, a União Africana (UA) deu "luz verde" a uma missão de paz de 5.000 soldados para o Burundi, para tentar pôr fim à violência no país. Mas Bujumbura recusou, ameaçando que iria combater a missão da UA, que apelidou de "força de invasão".

"Diálogo inclusivo"

Tentativas anteriores de diálogo falharam no Burundi. O Executivo tem-se recusado a sentar à mesma mesa que alguns opositores, que acusa de estarem envolvidos em ataques com granadas e mísseis e num golpe de estado falhado em maio.

Na semana passada (23.02), o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, esteve no Burundi, de onde saiu com garantias de um encontro entre o Presidente e a oposição para resolver a crise política. "Os líderes do partido no poder e da oposição comprometeram-se com um diálogo inclusivo. É algo que o Presidente Nkurunziza também confirmou", declarou.

Ausschnitt Jacob Zuma in Burundi
Jacob Zuma, Presidente sul-africano, liderou a delegação de líderes africanos que se deslocou ao BurundiFoto: Reuters/E. Ngendakumana

O chefe de Estado burundês pediu a colaboração da ONU para iniciar conversações para reconciliar os cidadãos do Burundi. "Todos sabem que os burundeses se reúnem sempre para conversar. Mostrámos a nossa vontade com o anúncio da libertação de 2.000 prisioneiros, excepto aqueles acusados de perturbar a paz".

Além de se encontrar com o chefe de Estado burundês, a delegação de líderes africanos chefiada por Jacob Zuma que esteve no Burundi reuniu-se ainda com membros da sociedade civil e dois líderes da oposição - a maioria dos opositores burundeses está no exílio.

A delegação de alto nível de chefes de Estado e de Governo mostrou-se "preocupada com os níveis de violência, a perda de vidas humanas e o estado geral de instabilidade política no país", declarou Zuma. Mas ficou satisfeita com a participação e as contribuições de todos os sectores, sobretudo com "o forte compromisso demonstrado por todos para resolver quaisquer problemas existentes por via de um diálogo inclusivo e pacífico".

Jacob Zuma esteve no Burundi acompanhado pelos presidentes do Gabão, Senegal e Mauritânia e pelo primeiro-ministro da Etiópia.

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