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Bairro dos Ministérios: "Presidente gasta dinheiro à toa"

31 de julho de 2019

O maior partido da oposição em Angola, a UNITA, junta-se às críticas da sociedade civil e diz que a construção do "Bairro dos Ministérios", na baixa de Luanda, não devia ser prioridade do Governo.

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Foto: picture-alliance/AP Photo/O. Zilwa

Raul Danda, vice-presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), questiona a necessidade de construir o chamado "Bairro dos Ministérios", com 28 edifícios ministeriais e várias unidades de apoio, quando há muitos problemas no país que precisam de ser resolvidos com urgência.

O dirigente acusa o Governo do Presidente João Lourenço de não saber estabelecer prioridades: "Afinal, o que não há é dinheiro ou sensibilidade? Parece que, de ensaio em ensaio, o Presidente João Lourenço vai mesmo gastando o nosso dinheiro muito à toa."

Raúl Danda, Vizepräsident UNITA
Raul Danda, vice-presidente da UNITAFoto: DW/M. Sampaio

Governo prevê poupança

O Centro Político Administrativo de Luanda deverá ser erguido em três anos, numa parceria público-privada. Até agora, não foram revelados os custos do projeto.

Na semana passada, o Governo explicou que uma das vantagens do novo "Bairro dos Ministérios" é que o Estado vai deixar de gastar elevados recursos financeiros no arrendamento de imóveis, e todos os departamentos ministeriais estarão concentrados num local, a zona da Chicala. E, para além de instituições públicas, também haverá zonas comerciais e de lazer para os cidadãos de Luanda.

Ainda assim, Raul Danda, que é o primeiro-ministro do chamado "Governo Sombra" da UNITA, pensa que se devia apostar mais no setor social: "Quando falta dinheiro para comida, para medicamentos, para escola, para a água e a luz, para o saneamento básico, para as vias de comunicação, a prioridade para o Presidente João Lourenço é mesmo um 'Bairro dos Ministérios'?"

Bairro dos Ministérios: "Presidente gasta dinheiro à toa"

UNITA propõe travar férias dos deputados

Muitos destes problemas básicos poderiam ser resolvidos com a institucionalização das autarquias locais previstas para o próximo ano, comentam vários observadores. Mas o pacote legislativo autárquico ainda não foi aprovado.

O ano legislativo do Parlamento angolano encerra já no dia 15 de agosto.  Por isso, numa conferência de imprensa, esta quarta-feira (31.08), Raul Danda diz ter feito vários pedidos ao chefe de Estado angolano e ao presidente do Parlamento, incluindo para cancelar as férias dos deputados até que se chegue a uma decisão sobre as autarquias.

"Um dos pedidos que o nosso grupo parlamentar fez ao presidente da Assembleia Nacional é que não haja férias dos deputados enquanto essa situação se resolva, não faz sentido", afirmou o vice-presidente da UNITA. "Esse assunto é muito importante".

Raul Danda teme que, se o pacote autárquico não for discutido a tempo, possa haver um adiamento das eleições locais previstas para 2020.

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