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UNITA quer transparência total nas eleições gerais de 2017

João Carlos (Lisboa)31 de março de 2015

Isaias Samakuva, Presidente da UNITA, pede transparência em todo o processo na realização das eleições gerais de 2017 em Angola, que devem ser livres e justas.

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Isaías SamakuvaFoto: DW/Renate Krieger

Isaías Samakuva, líder da UNITA, principal partido da oposição, alerta os angolanos e a comunidade internacional face à pretensão de se criar uma nova base de dados do registo eleitoral, sob a custódia do Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos.

Contra as fraudes detetadas nas três eleições antecedentes, Samakuva disse recentemente em Lisboa que a transparência no próximo ato eleitoral é fundamental para a estabilidade no país.

Angolanos cansados de aceitar fraudes

"Os angolanos estão cansados e não vão aceitar novas fraudes nas eleições gerais de 2017", altura em que termina o mandato do Presidente José Eduardo dos Santos. A advertência é de Isaias Samakuva, na sua recente passagem por Lisboa, onde proferiu uma comunicação no Parlamento português sobre “Transparência Eleitoral”.

O presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) fez o aviso, depois de apresentar um conjunto de exemplos daquilo a que chamou de “flagelo de fraudes eleitorais”, ocorrido nas eleições de 1992, 2008 e 2012. Samakuva sublinhou que o principal partido da oposição aceitou os resultados em nome da paz e da estabilidade.Em declarações à DW África, à margem da conferência organizada por um grupo de deputados portugueses, Samakuva insistiu na realização das eleições autárquicas e que se ponha fim, desde já, às violações dos processos eleitorais. “A forma como se pretende aprovar a lei dos registos eleitorais viola claramente a Constituição de Angola. E nós estaremos permanentemente a denunciar isso e a exigir que a verdade, a justiça e o Estado de direito sejam repostos também nesses casos”.

Paz em Angola será preservada

O líder do principal partido da oposição critica as manobras do atual regime angolano visando a sua manutenção no poder através de processos eleitorais viciados, e afirma que a UNITA vai trabalhar afincadamente para que as próximas eleições gerais decorram à luz da transparência, de modo a não pôr em perigo todo o esforço para a manutenção da paz em Angola.

“É verdade que do nosso ponto de vista as eleições fazem parte de um processo que está agora a começar com a proposta de lei sobre o registo eleitoral pelo que temos de tomar medidas relativas ao processo eleitoral agora”.

Contrariamente ao que aconteceu em 2012, Isaias Samakuva exige a presença de observadores internacionais para fiscalizar todo o processo eleitoral. “Os observadores de um lado atuam como dissuasores mas do outro lado fiscalizam o próprio processo e podem chamar a atenção quem esteja a previdicar para que reponha o que está estabelecido na lei”.O presidente da UNITA lamenta o facto de os cidadãos nacionais radicados no estrangeiro não poderem votar nas próximas eleições. A proposta de lei em debate no Parlamento visa excluir mais uma vez os angolanos na diáspora, o que contraria os princípios estabelecidos na própria Constituição. Por isso, Samakuva reafirma o esforço do partido do Galo Negro para que isso não venha a acontecer num futuro próximo.

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UNITA Flagge auf einer Kundgebung in Huambo in Angola
Comício da UNITA no Huambo em fevereiro de 2014Foto: DW/N. Sul D'Angola
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