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China concede nova linha de crédito a Angola

10 de outubro de 2018

China concede uma linha de crédito a Angola no valor de dois mil milhões de dólares para financiar vários projetos. Presidente angolano, João Lourenço, termina visita oficial de dois dias à China.

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Joao Manuel Goncalves Lourenc
Foto: Imago

O Governo angolano anunciou nesta terça-feira (09.10), uma nova linha de crédito com a China no valor de cerca de dois mil milhões de euros para desenvolver projetos de infraestruturas, quando se previa durante as negociações uma nova linha de crédito chinês de cerca de 10 mil milhões de euros para construção e conclusão de infraestruturas de impacto social como, por exemplo, o novo aeroporto internacional de Luanda. 

O modelo de pagamento do empréstimo e a qualidade das obras chinesas em Angola tem levantado críticas por parte de alguns cidadãos atentos. 

As relações económicas e comerciais entre os dois países remontam a 2003.  Solicitados a reagir a notícia vários analistas divergiram-se. Para Augusto Báfua Báfua, analista político angolano, enaltece as relações entre os dois países, tendo reconhecido com poderia ter sido melhor. Opinião contraria tem outro analista, Agostinho Socatu que não vê grandes vantagens nessa cooperação: 

“Valeria alguma coisa se os angolanos sentissem o impacto da cooperação Angola-China. Essa cooperação foi apenas baseada na exploração do petróleo e no envio de mão de obra até barata a Angola”, afirma . 

Reativar Comissão Orientadora

Angola Luanda Baustelle CITIC Construction
Empresa chinesa de construção (Luanda)Foto: DW/C.V. Teixeira

 Durante a sua estada em Pequim, o Presidente angolano João Lourenço pediu às autoridades chinesas que fosse reativada a Comissão Orientadora para a cooperação económica e comercial. João Lourenço considerou a iniciativa de "extrema importância", por permitir que os dois países façam um "acompanhamento efetivo" de todos os aspetos relacionados com a cooperação bilateral.

Num encontro com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, o Presidente de Angola fez um balanço positivo das quase duas décadas de relações entre os dois países. 

“Estamos obviamente satisfeito com a disponibilidade que tem manifestado em ajudar Angola no esforço que empreende para promover o seu desenvolvimento e queremos que se mantenha e se reforce o intercâmbio entre os nossos dois países”. 

Para Pequim, Angola é o mais importante parceiro chinês na África lusófona, desde que, em 2002, a China começou a desembolsar importantes fundos para a edificação de infraestruturas e projetos públicos de reconstrução. 

Analistas denunciam acordos

“Seria de lei que a Assembleia Nacional de Angola deliberasse sobre cada dívida que vamos contrair porque nós é que vamos pagar e não os senhores que contraem tais dívidas”, explica Agostinho Sicatu ouvido pela DW África. 

Já, Augusto Báfua Báfua espera que estes valores  contraídos sejam melhor implementados. 

Vale a pena cooperação Angola – China?

“Provavelmente se prestará mais atenção ao acordo e da própria qualidade das obras que serão efetuadas ao contrário do executivo que cessou em 2017 que não prestou atenção divida na questão da fiscalização das obras. Por isso é que vimos a maior parte dela a ser deteriorado em médio prazo”. 

Dados oficiais confirmam que Angola é, desde 2007, o maior parceiro comercial africano da China, com quem coopera nos domínios militar, agrícola, académico, agroindustrial, infraestrutural, petrolífero e tecnológico. 

36,6 mil milhões de euros em crédito

Segundo estimativas da China Africa Research Initiative, da Universidade Johns Hopkins, desde 2000, Angola recebeu um total de 36,6 mil milhões de euros em crédito chinês. 

No quadro das boas relações bilaterais, o gigante asiático absorve cerca de metade do petróleo extraído em solo angolano, e conta com mais de 250 mil trabalhadores em Angola, sobretudo na construção e reparação de infraestruturas, nomeadamente caminhos-de-ferro, estradas e habitações. 

Recorde-se, que esta é a segunda visita de João Lourenço a Pequim no espaço de 40 dias, depois de, no início de setembro, ter participado na terceira cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC). 
 
 

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